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Empreendimento em Angola que teve Pelé de garoto-propaganda é acusado de fraude

Pelé em sua última passagem pela África, no Gabão; ex-jogador sofreu um prejuízo em Angola - Thomas Mukoya/Reuters
Pelé em sua última passagem pela África, no Gabão; ex-jogador sofreu um prejuízo em Angola Imagem: Thomas Mukoya/Reuters

Do UOL, em São Paulo

18/03/2012 09h30

Quatro empresários brasileiros, donos da empresa Build Angola, estão sendo acusados de vender e não entregar pelo menos 540 casas no país africano, segundo a revista Istoé. Contratado como garoto propaganda do investimento em 2009, Pelé tem a imagem arranhada e leva prejuízo, mas nega ter participado da fraude.

O ex-jogador foi o grande chamariz do negócio, que prometia vender casas para as classes média e alta de Angola. As unidades não foram entregues no prazo prometido, a confusão ganhou repercussão no país africano e os empresários brasileiros estão sendo notificados pela Justiça local.

Pelé, oficialmente, era só o garoto-propaganda do negócio. O problema é que na época do lançamento, quando ele chegou a visitar o país, ele falou como investidor e levantou suspeitas. “Fico feliz por investir em Angola. Deus sempre me coloca em equipes vencedoras”, disse o ex-jogador à época, segundo a Istoé.

Além disso, Pelé ainda tinha quatro unidades a receber do empreendimento, a título de pagamento pela prestação de serviços. Assim como várias outras do projeto, as casas do Rei do Futebol não foram entregues. “O que eu posso adiantar é que não existe nenhum tipo de sociedade. O que foi feito e já expirou foi um contrato de cessão de uso de imagem para o lançamento desses empreendimentos”, disse Paulo Gustavo, advogado de Pelé.

Os investidores de fato da Build Angola também negam má-fé. Segundo eles, uma tentativa de sabotagem de um ex-funcionário insatisfeito seria a causa do problema. Werther Mujjali teria disparado e-mails se passando por clientes insatisfeitos e criado um certo temor em outros contratantes da construtora.

Com isso, esses outros clientes angolanos teriam deixado de pagar suas prestações tentando minimizar o prejuízo e, com isso, teriam impedido a conclusão das casas. Segundo os empresários Antonio Paulo de Azevedo Sodré, João Gualberto Ribeiro Conrado Jr., Paulo Henrique de Freitas Marinho e Ricardo Boer Nemeth, sócios da Build Angola, a empresa tem US$ 34,6 milhões a receber dos clientes e precisa de US$ 23,7 milhões para concluir as casas.

Mesmo diante da explicação dos brasileiros, o Instituto Nacional de Defesa do Consumidor de Angola comunicou o caso à embaixada brasileira e pediu uma abertura de investigação.