Clubes chiam com jogos sábado às 21h, mas dizem que têm de obedecer a CBF e TV

Os clubes da Série A do Campeonato Brasileiro, de uma maneira geral, demonstraram desconforto com a decisão da CBF de voltar com o horário das 21h do sábado para as rodadas.

A entidade máxima do futebol havia excluído de seu calendário jogos nesse horário ainda durante a competição do ano passado, quando 12 partidas da Série A foram jogadas às 21h. Hoje, voltou atrás. "Não é o melhor horário para se jogar. Sábado, às 21h? Isso não faz parte da tradição do torcedor brasileiro. A CBF, junto com a televisão, deve ter visto que era o melhor a ser feito. Mas isso não é horário. Acho que é a CBF vai ter que rever isso mais pra frente", falou Daniel Freitas, diretor de futebol do Vasco.

"Para nós, o melhor horário sábado é 18h30, que permite que as pessoas vão ao estádio. Sábado é um dia dedicado à família, as pessoas saem, aqueles que são solteiros vão encontrar os amigos, namoradas, por isso 18h30 é um melhor horário", falou João Paulo de Jesus Lopes, diretor de futebol do São Paulo.

"Eu acredito que não é um horário que venha satisfazer de uma forma maior, mas a gente tem que se adequar a situações, eu acredito que é só uma questão de adequação ao horário", falou Paulo Angioni, gestor de futebol do Bahia.

"Não acho que esse seja um horário propício para o futebol. Não sei se atende as interesses da televisão. Infelizmente, vamos jogar para pouco público", falou Cícero Souza, diretor do Sport.

Apesar de demonstrarem incômodo com a decisão, os dirigentes adotaram linha comedida nas críticas e disseram acatar em função do interesse da TV.

"Eu vejo essa situação de uma forma negativa, mas infelizmente não tem como reclamarmos. Os clubes assinaram e agora vamos ter que cumprir. O horário é ruim, mas a televisão tem autonomia para escolher os horários", falou Adson Batista, diretor de futebol do Atlético-GO.

"Temos um bom contrato de televisão, não podemos desrespeitá-lo. Claro que tenho minha opinião sobre os jogos, mas não vejo razão para críticas", falou Paulo Pelaipe, diretor do Grêmio.

"O que a gente vai fazer? Quem manda, manda, quem tem juízo, respeita", falou Manuel da Lupa, presidente da Portuguesa.

Na contramão da maioria, Roberto Frizzo, vice do Palmeiras, e Edu Gaspar, gerente do Corinthians, disseram que pode ser até bom o horário.

"Eu acho que um sábado à noite, para quem gosta de futebol, pode ser uma opção gostosa. É melhor do que quarta-feira, às 22h. Porque de quarta à noite é aquela coisa de sair, não ter tempo para voltar para casa [com o transporte público]. De sábado, dá para curtir o futebol e ainda ter mais coisa para fazer", falou Frizzo.

"Acho ótimo porque tem que pensar nas pessoas que acompanham futebol, a torcida, que horas vai voltar para casa. Em um sábado às 21h, terminando o jogo às 23h, não fica ruim para voltar. Jogos de quarta-feira às 22h acabam muito tarde para voltar para casa", falou Edu.

Além das médias de público abaixo do esperado, o horário das 21h também não atraía a atenção dos torcedores pela televisão, já que as partidas eram transmitidas apenas no esquema pay-per-view.

No Brasileirão-2012, logo na primeira rodada, como jogo primeiro jogo deste horário, o Figueirense receberá o Náutico, em Santa Catarina.

E a equipe pernambucana será a que mais atuará neste horário, com cinco jogos.

*Colaboraram Carlos Padeiro, Danilo Lavieri, Juliane Medeiros, Marcello De Vico, Marinho Saldanha, Pedro Ponzoni e Renan Prates