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Em jejum de títulos, São Paulo cresce nos bastidores e 'pena' por patrocínios

Publicitário Roberto Justus foi contratado para tentar fechar com patrocinador master  - Rubens Chiri / saopaulofc.net
Publicitário Roberto Justus foi contratado para tentar fechar com patrocinador master Imagem: Rubens Chiri / saopaulofc.net

Renan Prates

Do UOL, em São Paulo

21/03/2012 06h00

A temporada 2012 está em curso, mas já é possível notar que o São Paulo se encontra em diferentes estágios em três áreas ligadas ao futebol: política, desempenho em campo e marketing/patrocínios. Enquanto tem dificuldades atualmente nos dois últimos quesitos, o Tricolor cresceu nos bastidores com a saída do presidente Ricardo Teixeira da CBF.

SÃO PAULO EM DIFERENTES ÁREAS

BASTIDORESClube cresceu politicamente com a saída de Ricardo Teixeira do comando da CBF por ter afinidade com o substituto José Maria Marin. Laços com a TV Globo foram estreitados após a fatídica briga por direitos televisivos, quando o São paulo apoiou o Clube dos 13 e ficou contra a Globo, fato já superado.
MARKETINGSão Paulo ainda padece em busca de um patrocinador master depois de ter encerrado o contrato com a BMG, assim como aconteceu no ano passado. A Lenovo surge como favorita para ficar com o espaço na camisa que ainda está vago.
CAMPOSão Paulo vive o seu melhor momento na temporada, com seis vitórias seguidas, mas a boa fase precisa ser traduzida em pelo menos um título para acabar com a pressão interna por conquistas, pois a última foi em 2008. A cobrança aumentou ainda mais pelo time montado pela diretoria para esta temporada.

O crescimento do clube capitaneado pelo presidente Juvenal Juvêncio nos bastidores se deve não só pelo fato de que Teixeira era um desafeto declarado do São Paulo, mas também porque o seu substituto, José Maria Marin, é um aliado histórico do Tricolor.

Marin, que era vice-presidente da Federação Paulista de Futebol, mantém contatos constantemente com Juvenal, assim como Marco Polo del Nero, presidente da FPF e mentor do atual mandatário da CBF. A tendência é a de que o Tricolor passe a ter voz ativa no órgão que rege o futebol nacional enquanto ele estiver no comando.

A melhora do São Paulo nos bastidores também pode ser notada pelo relacionamento mais amigável do clube com a TV Globo, que detém os direitos de transmissão dos principais campeonatos do país. Como exemplo, a diretoria do clube tricolor, antes crítica voraz das partidas às 21h de sábado pelo Brasileirão, agora mudou a postura.

“A TV também tem seus interesses comerciais, por isso de repente é importante do ponto de vista comercial. Para o torcedor não é o melhor horário, mas pode ser bom pra TV. Nós aceitamos porque assinamos o contrato, por isso nos submetemos à grade da televisão”, explicou o vice-presidente de futebol, João Paulo de Jesus Lopes.

Se cresce na política, o São Paulo segue com problemas para arranjar patrocínio master para a sua camisa. Depois que encerrou seu acordo com o BMG, o Tricolor tem se virado com acordos pontuais para tentar minimizar o prejuízo. O publicitário Roberto Justus foi contratado para, entre outras coisas, resolver esta questão. Especula-se que a empresa Lenovo, presente na camisa do clube durante o clássico com o Santos, possa firmar um contrato mais longo.

O vice-presidente de marketing do clube, Julio Casares, admitiu a dificuldade recentemente. “Não está fácil, estamos conversando com algumas empresas. Falta chegar em um número adequado e não devemos ter nenhuma novidade em 30 dias. Esperamos até o fim do Paulista anunciar um patrocinador. Enquanto isso estamos trabalhando para que a receita continue forte, mantendo a boa estrutura”, declarou para a Rádio Bandeirantes.

Dentro de campo, o São Paulo atingiu o melhor desempenho na temporada ao conquistar a sua sexta vitória seguida no clássico contra o Santos, fato que dá muita confiança nos corredores do clube. Mas o Tricolor ainda tem de lidar com o incômodo jejum de três anos sem título, incomum para um clube que foi tricampeão brasileiro, campeão da Libertadores e vencedor do Mundial apenas no início deste século. E a pressão sobre o técnico Emerson Leão aumenta se for levado em conta o fato de a diretoria considerar ter montado um plantel de muita qualidade para 2012.