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Polícia anuncia seis prisões após conflito e diz que Mancha não é "vítima"

Bruno Thadeu

Do UOL, em São Paulo

27/03/2012 15h50

A Polícia Civil de São Paulo anunciou, nesta terça-feira, que seis pessoas foram presas por conta do conflito entre Gaviões da Fiel e Mancha Verde no último domingo, sendo cinco da torcida palmeirense. Em entrevista coletiva, a delegada que está à frente do caso disse que, ao contrário do que divulgou em nota oficial, a Mancha Alviverde não é “vítima” no caso.

“Não há chapeuzinho vermelho na floresta. Eles não pediram escolta [da polícia] mesmo sabendo que haveria confusão. Sabiam perfeitamente do risco que corriam. Mais de um deles [da Mancha] estava portando arma de fogo. Eles não são vítima”, disse a delegada Margareth Barreto, do Decradi (Delegacia de Crimes Raciais e Delitos de Intolerância).

Na última segunda-feira, a Mancha divulgou uma nota em seu site oficial dizendo ter sido vítima de uma emboscada. O confronto entre as duas torcidas aconteceu na manhã do último domingo, horas antes do clássico entre Corinthians e Palmeiras e envolveu cerca de 500 pessoas em uma avenida na zona norte de São Paulo.

Dois palmeirenses morreram por conta da briga, que havia sido agendada pela internet. Segundo a Polícia Civil, tratou-se de uma vingança da torcida do Corinthians por conta de Douglas Silva, que foi espancado e morto por palmeirenses no ano passado.

“Tudo leva a crer que a motivação foi a morte do corintiano no ano passado. Por que sabemos isso? Já vimos manifestações no Facebook e no Twitter sobre essas assertivas. Já verificamos, inclusive, as outras brigas que estavam sendo marcadas”, disse o delegado Jorge Carlos Carrasco, diretor da DHPP (Delegacia de Homicídio e Proteção à Pessoa). 

Segundo o oficial, os autores dos disparos ainda são desconhecidos e teriam fugido do estado. Alguns foram para o Rio de Janeiro, mas o delegado não deu detalhes sobre o andamento das investigações e pediu que a população ajudasse acionando o disque-denúncia (181). 

HISTÓRICO DE CONFUSÕES ENTRE TORCIDAS DO CORINTHIANS E PALMEIRAS

BRIGA COM 500 TORCEDORES RESULTA NA MORTE DE TORCEDOR PALMEIRENSE

O torcedor do Palmeiras André Alves, de 21 anos, mais conhecido como "Lezo", morreu na noite deste domingo após uma briga com torcedores corintianos durante a manhã.

A polícia investiga se o encontro foi combinado na internet. A grande quantidade de objetos usados para o confronto é um indício de que a briga já estava agendada. Barras de ferro, fogos de artifícios e armas de fogos foram usadas na confusão. LEIA MAIS
HOSPITAL CONFIRMA MORTE CEREBRAL DE SEGUNDO TORCEDOR PALMEIRENSE

O torcedor palmeirense Guilherme Vinicius Jovanelli Moreira, internado desde domingo após um traumatismo craniano, teve morte encefálica nesta terça. A informação foi divulgada pelo hospital São Camilo, que disse que o jovem de 19 anos respira por aparelhos.

Guilherme, conhecido como Vinicius Zulu, estava envolvido na briga generalizada entre torcidas organizadas de Corinthians e Palmeiras no último domingo, horas antes do clássico. LEIA MAIS
PEDRAS NO ÔNIBUS DO PALMEIRAS E INÍCIO DE BRIGA GENRALIZADA

Um ônibus que levava torcedores do Palmeiras para duelo no interior foi atingido por pedras atiradas por corintianos, em frente à sede da torcida alvinegra Pavilhão 9. O episódio ocorreu no dia 5 de fevereiro. Os palmeirenses desceram do ônibus e iniciaram briga com corintianos. A PM impediu que houvesse briga generalizada. Foram detidos 15 torcedores. Não houve feridos com gravidade. A Justiça proibiu a presença da torcida Pavilhão 9 nos jogos do Corinthians. LEIA MAIS
TORCEDOR CORINTIANO MORRE APÓS PERSEGUIÇÃO DE PALMEIRENSES

Douglas Silva foi espancado e morto por dezenas de torcedores do Palmeiras em uma praça na Marginal Tietê, em agosto de 2011. Mesmo sem uniforme do Corinthians, Douglas foi reconhecido por uma pessoa, que avisou aos palmeirenses a preferência pelo Corinthians. Douglas estava com dois amigos e ainda tentou fugir, mas não resistiu aos ferimentos. O caso é investigado pela polícia LEIA MAIS
BALA DE FOGO EM VEZ DE BORRACHA EM CLÁSSICO EM PRESIDENTE PRUDENTE

A Polícia Militar demonstrou despreparo ao monitorar torcedores do Palmeiras em clássico contra o Corinthians, em Presidente Prudente, em agosto de 2011. Em vez de balas de borracha para dispersar a torcida, os PMs atiraram com armas calibre 12. Dois torcedores do Palmeiras foram baleados, sendo um deles Lucas Alves, irmão de André Alves, que morreu neste domingo em briga generalizada. Após o episódio no interior, a Mancha Alviverde foi proibida de ir a jogos. LEIA MAIS
PALMEIRENSES ARREMESSAM BARRA DE FERRO DO TOBOGÃ E ASSUSTAM PESSOAS

Torcedores do Palmeiras arremessaram uma barra de ferro do tobogã. O objeto caiu no estacionamento do estádio, mas não atingiu ninguém. A polícia militar foi acionada para acalmar os ânimos dos torcedores palmeirenses, que protestavam no Pacaembu após derrota diante do Corinthians, 1 a 0, em agosto de 2010, pelo Brasileirão. LEIA MAIS