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Vaias e gritos por Fábio Koff em evento revelam clima tenso na política do Grêmio

A oposição do Grêmio quer Fábio Koff concorrendo à presidência do clube nas eleições do fim do ano - Gustavo Franceschini/UOL Esporte
A oposição do Grêmio quer Fábio Koff concorrendo à presidência do clube nas eleições do fim do ano Imagem: Gustavo Franceschini/UOL Esporte

Marinho Saldanha

Do UOL, em Porto Alegre

03/04/2012 06h01

O Grêmio lançou seu novo uniforme em uma festa grandiosa na noite de segunda-feira. Porém, quando o presidente do clube, Paulo Odone, foi discursar, ouviu vaias de parte dos cerca de 3 mil aficionados presentes. Ao fim da manifestação, os mesmos gritavam por Fábio Koff, ex-presidente e atualmente oposição no clube. Tal cenário revela o tenso clima político gremista.

Há eleição no fim deste ano. Paulo Odone, inicialmente, não deve concorrer a reeleição. Mas, empenhado no projeto Arena, o mandatário tem em Eduardo Antonini, presidente da Grêmio Empreendimentos, seu indicado para seguir no poder.

Por outro lado, a oposição se agita e quer Fábio Koff como candidato. Caso este não aceite concorrer, a ideia é convencer o ex-presidente Duda Kroeff a voltar. Uma terceira opção seria o ex-goleiro Danrlei, que inicialmente necessitaria entrar no Conselho Deliberativo do clube.

Ao ouvir os apupos, Odone se manteve tranquilo e lembrou feitos históricos do Grêmio para "ganhar" a massa. Hábil com as palavras, o presidente não demorou para também ser aplaudido, citando o Mundial de 1983. No entanto, quando lembrou a Batalha dos Aflitos, ouviu vaias novamente.

Mas o chamado dos torcedores por Fábio Koff sublinha um tenso clima de articulação política para a próxima temporada. Odone será o presidente a inaugurar a Arena, algo que ocorre em dezembro, mas gostaria que seu sucessor mantivesse a mesma conduta no clube, tendo participado da construção do estádio. Neste caso, Antonini é que vive mais de perto a transição de 'casa' gremista.

O momento é de manobra política, tanto de situação quanto de oposição. Ambos os lados evitam confirmar o que pretendem, mas testam nos bastidores alternativas para tomar o comando. A oposição acredita que, se tiver Koff, ganha independente do adversário. Caso contrário pode perder antes mesmo do pleito chegar aos associados.

As eleições gremistas ocorrem somente no fim do ano. Até lá o momento é de testar a preferência dos torcedores e dos conselheiros, que fazem o primeiro turno do pleito.