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Polícia Civil prende outro irmão de torcedor morto e integrantes da Mancha e da Gaviões

André (à esq) faleceu em decorrência da briga. Lucas (meio) e Tiago (à dir.) estão presos - Arquivo
André (à esq) faleceu em decorrência da briga. Lucas (meio) e Tiago (à dir.) estão presos Imagem: Arquivo

Bruno Thadeu

Do UOL, em São Paulo *

04/04/2012 10h26

A Polícia Civil prendeu nesta quarta-feira de manhã dois membros da Gaviões da Fiel e mais três torcedores integrantes da Mancha Alviverde, todos acusados de participação no confronto com cerca de 500 pessoas na avenida Inajar de Souza, na Zona Norte, ocorrido em 25 de março. Um deles é Lucas Lezo, que é irmão de André Lezo, morto em decorrência da briga generalizada. Lucas é vice-presidente da Mancha.

Outro integrante da família Lezo já havia sido preso. Tiago Lezo cumpre preventiva sob a acusação de participação do confronto. Na residência de Tiago foram apreendidos canivete, cassetete e munição.

Com as três prisões realizadas nesta quarta, o Departamento de Homicídos e Proteção à Pessoa, em conjunto com o Decradi (Delegacia de Crimes Raciais e Delitos de Intolerância) deteve 12 ao todo, sendo nove ligados à Mancha Verde, dois da Gaviões da Fiel e uma pessoa que seria integrante da uniformizada do Corinthians. Eles permanecerão presos enquanto aguardam decisão da Justiça.

No confronto entre torcedores, morreram Guilherme Vinícius Jovanelli e André Alves Lezo, ambos integrantes da Mancha.

A Mancha Alviverde diz ter sido alvo de emboscada e acusa a Gaviões de ter alugado galpão na Inajar de Souza especialmente para aumentar o efetivo de corintianos na briga pela manhã do dia 25 de março. A reportagem não localizou a diretoria da Mancha para se pronunciar sobre as novas prisões.

A Gaviões nega ter premeditado o ataque e alega que o arsenal de materiais de briga (barras, martelo e objetos cortantes) foi utilizado apenas na obra realizada na sede da torcida.

"Avaliaremos se os torcedores da Gaviões de fato usaram armas. Caso isso tenha ocorrido, eles serão expulsos sumariamente da Gaviões, até porque não toleramos essa prática", disse o advogado da torcida alvinegra, Davi Gebara.

A Polícia concluiu que o embate teve como origem vingança da Gaviões pela morte de Douglas Silva, ocorrida no ano passado. Ele era ligado à Gaviões e foi espancado, morto e jogado no Rio Tietê.

* texto atualizado às 11h33

HISTÓRICO DE CONFUSÕES ENTRE TORCIDAS DO CORINTHIANS E PALMEIRAS

BRIGA COM 500 TORCEDORES RESULTA NA MORTE DE TORCEDOR PALMEIRENSE

O torcedor do Palmeiras André Alves, de 21 anos, mais conhecido como "Lezo", morreu na noite deste domingo após uma briga com torcedores corintianos durante a manhã.

A polícia investiga se o encontro foi combinado na internet. A grande quantidade de objetos usados para o confronto é um indício de que a briga já estava agendada. Barras de ferro, fogos de artifícios e armas de fogos foram usadas na confusão. LEIA MAIS

HOSPITAL CONFIRMA MORTE CEREBRAL DE SEGUNDO TORCEDOR PALMEIRENSE

O torcedor palmeirense Guilherme Vinicius Jovanelli Moreira, internado desde domingo após um traumatismo craniano, teve morte encefálica nesta terça. A informação foi divulgada pelo hospital São Camilo, que disse que o jovem de 19 anos respira por aparelhos.

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PEDRAS NO ÔNIBUS DO PALMEIRAS E INÍCIO DE BRIGA GENERALIZADA

Um ônibus que levava torcedores do Palmeiras para duelo no interior foi atingido por pedras atiradas por corintianos, em frente à sede da torcida alvinegra Pavilhão 9. O episódio ocorreu no dia 5 de fevereiro. Os palmeirenses desceram do ônibus e iniciaram briga com corintianos. A PM impediu que houvesse briga generalizada. Foram detidos 15 torcedores. Não houve feridos com gravidade. A Justiça proibiu a presença da torcida Pavilhão 9 nos jogos do Corinthians. LEIA MAIS
TORCEDOR CORINTIANO MORRE APÓS PERSEGUIÇÃO DE PALMEIRENSES

Douglas Silva foi espancado e morto por dezenas de torcedores do Palmeiras em uma praça na Marginal Tietê, em agosto de 2011. Mesmo sem uniforme do Corinthians, Douglas foi reconhecido por uma pessoa, que avisou aos palmeirenses a preferência pelo Corinthians. Douglas estava com dois amigos e ainda tentou fugir, mas não resistiu aos ferimentos. O caso é investigado pela polícia LEIA MAIS
BALA DE FOGO EM VEZ DE BORRACHA EM CLÁSSICO EM PRESIDENTE PRUDENTE

A Polícia Militar demonstrou despreparo ao monitorar torcedores do Palmeiras em clássico contra o Corinthians, em Presidente Prudente, em agosto de 2011. Em vez de balas de borracha para dispersar a torcida, os PMs atiraram com armas calibre 12. Dois torcedores do Palmeiras foram baleados, sendo um deles Lucas Alves, irmão de André Alves, que morreu neste domingo em briga generalizada. Após o episódio no interior, a Mancha Alviverde foi proibida de ir a jogos. LEIA MAIS
PALMEIRENSES ARREMESSAM BARRA DE FERRO DO TOBOGÃ E ASSUSTAM PESSOAS

Torcedores do Palmeiras arremessaram uma barra de ferro do tobogã. O objeto caiu no estacionamento do estádio, mas não atingiu ninguém. A polícia militar foi acionada para acalmar os ânimos dos torcedores palmeirenses, que protestavam no Pacaembu após derrota diante do Corinthians, 1 a 0, em agosto de 2010, pelo Brasileirão. LEIA MAIS