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Tuta divide cela com 11 presos, chora ao ser solto e promete gol em jogo deste sábado

Luiza Oliveira

Do UOL, em São Paulo

07/04/2012 06h02

Tuta já jogou na Europa, viveu a emoção de um estádio lotado e participou de clássicos com a camisa de times grandes, mas nesta quinta-feira teve uma das experiências mais marcantes de sua vida. O jogador passou cerca de 27 horas na cadeia dividindo cela com onze presos e ficou muito abalado.

Ao ser liberado na noite desta sexta-feira, o atacante não conteve a emoção e chorou. Ele revelou aos seus advogados que sentiu muitas saudades da família e se lembrou até da torcida do União Barbarense, time que defende atualmente.

Mesmo desgastado com a noite traumática, garantiu que vai entrar em campo neste sábado contra o Atlético Sorocaba, pela Série A2 do Campeonato Paulista, e fez a promessa de marcar um gol.

Prova do esforço é que ele nem voltou para casa e saiu da cadeia Casa Branca com dirigentes do clube para se concentrar.

“Ele ficou muito emocionado e chorou um pouco. Quando conseguimos tirá-lo, ele estava em choque. Ficar recolhido à margem da sociedade é um impacto muito grande. Precisamos trabalhar não só a parte jurídica, mas também o lado psicológico dele”, contou o advogado Daniel Uchoa, do escritório Gislaine Nunes, que cuidou do caso.

Tuta foi preso na tarde de quinta-feira logo após um treino do União Barbarense. Ele foi detido por atrasar o pagamento de pensão alimentícia a sua ex-mulher e acumular uma dívida que chegou a R$ 119 mil com valores corrigidos.

O atleta só foi liberado no início da noite desta sexta-feira após os advogados conseguirem um habeas corpus junto ao Tribunal de Justiça de São Paulo.

Tuta ganha tranquilidade para jogar futebol, mas sua luta não terminou. Seus advogados estão tentando renegociar a dívida com a ex-mulher do jogador, mas os representantes dela não atenderam mais as ligações.

Outro esforço será a renegociação do valor da pensão alimentícia, já que o atleta não tem mais rendimentos mensais condizentes com o acordo atual. A advogada Clara Galdino, que também trabalha no caso, diz que o pedido de ação revisional já foi feito há bastante tempo. Agora, eles esperam um parecer do poder judiciário e pediram caráter de urgência, usando o constrangimento da prisão como argumento.