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Mano admite erro após ser parado em blitz e diz que "pessoas de bem" sofrem com Lei Seca

Mano Menezes voltou a afirmar que acha importante a experiência no futebol europeu - Fabio Rubinato/AGF
Mano Menezes voltou a afirmar que acha importante a experiência no futebol europeu Imagem: Fabio Rubinato/AGF

Do UOL, em São Paulo

08/04/2012 09h47

Mano Menezes falou abertamente pela primeira vez sobre o dia em que foi parado em uma blitz da Operçação Lei Seca no dia 28 de março, na avenida Ministro Raul Machado, em frente à sede do Flamengo, na Gávea, no Rio de Janeiro. O técnico da seleção brasileira admitiu, em entrevista ao jornal Marca, que errou na situação e disse ainda que a regra atinge em cheio as “pessoas de bem”.

“Sim [errei], porque fiz o que culturalmente temos como hábito, que julgamos não ser infrações, como por exemplo tomar uma taça, uma taça e meia de vinho, com um casal de amigos. E não podemos mais sob pena de sermos punidos...Todas as pessoas de bem sofrem muito. Mau caráter não, dá um chute no problema...”, afirmou o treinador.

Quando foi parado, Mano estava sem habilitação e se recusou a fazer o teste do bafômetro. O treinador recebeu uma multa no valor de R$ 957,70 e perdeu 7 pontos na carteira. Marinês, mulher de Mano, precisou levar uma cópia da habilitação do treinador para os policiais.

Na entrevista, Mano também falou, claro, da preparação da seleção brasileira para Olimpíada de Londres e para Copa do Mundo de 2014. Um dos temas foi a chance de Neymar de brilhar no Mundial do Brasil. Para Mano, um jogador brasileiro que jogue no exterior terá mais tempo para se adaptar ao estilo europeu que a seleção encontrará durante a Copa.

“Nós temos uma urgência para a Copa 2014 e talvez a gente não tenha até lá esta mudança de padrão dentro do futebol brasileiro para nos aproximarmos do padrão do que se joga fora. A convivência com o padrão europeu, que vamos encontrar na Copa, seria importante”, explicou Mano.

A falta de experiência no futebol europeu é justamente o ponto apontado pelo treinador da seleção brasileira como fator que pode impedir que Neymar seja o melhor jogador do Mundial de 2014.


“Pode [ser o melhor da Copa], mas as chances de Messi, por estar em um estado mais adiantado que ele, mais maduro, são maiores. Eu tenho receio com o aluno que encontra muita facilidade na sala de aula, ele pode perder a referência que pode ser melhor amanhã”, argumentou o técnico.

Mano ainda defendeu o processo de renovação da seleção. “Era necessária esta renovação de forma forte, sob pena de chegarmos nos últimos dois anos antes da Copa e termos como opções novamente os mesmos nomes da Copa passada. Isso não poderia acontecer. Era necessário que encontrássemos novos nomes para que eles no mínimo se tornassem opções”, defendeu.

Porém, o treinador da seleção afirmou que as portas não estão fechadas para os jogadores mais experientes: “Tenho visto seleções com jogadores experientes... É óbvio que a base não pode ser de jogadores acima de 33 anos, porque entra a questão física, que numa competição curta duração e intensa, exige-se muito. É preciso equilíbrio”.

A troca de comando da CBF (Confederação Brasileira de Futebol) também foi assunto abordado na entrevista e Mano negou que se sinta inseguro com a saída de Ricardo Teixeira da presidência da entidade.

“Falo com naturalidade. As pessoas criam a ilusão que eu estaria seguro se o Ricardo não tivesse saído. Isso é uma bobagem, nunca foi assim. Sei que o futebol é uma paixão e sempre tive claro que o resultado é uma parte importante do trabalho. Nenhum técnico vai querer chegar cambaleante para jogar a Copa do Mundo no próprio Brasil, ele próprio, no caso eu, tomará as decisões se achar que o trabalho não está indo na direção certa. Quanto às questões políticas não me envolvo, o campo sempre gostou de estar à parte destas questões, é tradição da cancha”, declarou Mano.