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Sem bom convite, Pedrinho ameaça parar de vez e desabafa sobre "podrinho" e perseguição

Pedrinho durante treinamento no Palmeiras, no ano de 2004 - Cesar Rodrigues/Folhapress
Pedrinho durante treinamento no Palmeiras, no ano de 2004 Imagem: Cesar Rodrigues/Folhapress

José Ricardo Leite

Do UOL, em São Paulo

18/04/2012 14h01

O meio-campista Pedrinho, ex-Palmeiras e Vasco, deve voltar a pendurar as chuteiras nas próximas semanas se não receber nenhuma oferta de algum clube que o agrade. Ele já não crê em um convite interessante e já fala como novo aposentado.

Meia canhoto e habilidoso, Pedrinho anunciou o fim da carreira em 2009, quando atuava pelo Figueirense. Mas aos 34 anos decidiu voltar e jogou o Estadual do Rio pelo Olaria, com boas apresentações, anotando três gols no Estadual. Como o time não avançou no Carioca, o meia agora está inativo.

“Não sei agora, me dediquei muito e, apesar da campanha ruim do time, tive desempenho surpreendente. Não quero bater de porta em porta, não vale a pena. Só queria mostrar para as pessoas que não tenho problemas físicos. Planejava jogar bem e ter visibilidade. Agora é retomar à vida que eu tive nos últimos anos”,  disse ao UOL Esporte. "Agora é aproveitar meus filhos, minha família", continuou.

Pedrinho apareceu muito bem no Vasco em 1997 até sofrer uma entrada do zagueiro Jean Elias, do Cruzeiro, em 1998, três dias após ser convocado para a seleção brasileira e a um de sua apresentação. Depois, sofreu com novas lesões em sua carreira e lamenta algumas perseguições e rótulos que teve no período.

“Nos clubes que passei, pelo meu histórico, eu não tinha o direito de ter problemas. Não vou citar nomes por questão de ética, mas tem jogadores que se machucam cinco, seis vezes por temporada e ninguém fala nada. Às vezes eu até escondia lesão [leves] porque se não todo mundo ia começar a falar”, desabafou.

“Existem muitos rótulos no futebol, falam muitas merdas. Falam que é chinelinho, que jogam por dinheiro. Não só eu, mas muitos jogadores são contrários a essa situação.  Muitos são profissionais. Eu abdiquei da família para os lugares que passei. Quando falavam ´chinelinho´ me doía muito por dentro. Quando as pessoas falavam ´podrinho´, aquilo me magoava. Porque eu me sentia ofendido. Eu acordava cedo, me tratava, fazia gelo em casa, dormia cedo. Queria recuperar. É um conflito muito grande. Sofri um grande preconceito”, continuou.

O meia disse ter voltado a jogar por prazer e que está estabilizado financeiramente. Já trabalha com agenciamento de novos atletas e futuramente pensa em se aventurar em novas áreas que envolvam o esporte.

“Tenho um escritório em São Paulo, tenho um sócio e jogadores que agenciamos. O mais expressivo é o Rafinha, que está no Coritiba. Tenho aberto leque de outras situações, ser comentaristas ou ter um cargo no Vasco, por exemplo. Vamos dar tempo ao tempo”, finalizou.