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Zé Sérgio diz que não conseguia seguir Chulapa na bebida: "Até hoje a pegada é grande"

Zé Sérgio foi um ponta esquerda com passagem de sucesso no São Paulo e na seleção - Site oficial do São Paulo/Reprodução
Zé Sérgio foi um ponta esquerda com passagem de sucesso no São Paulo e na seleção Imagem: Site oficial do São Paulo/Reprodução

Renan Prates

Do UOL, em São Paulo

19/04/2012 06h00

Zé Sérgio foi um ponta esquerda com passagem de sucesso no São Paulo e na seleção brasileira, apesar da série de lesões.

Mas tem um quesito no qual ele diz não ser tão bom assim: na bebida. Segundo o agora treinador, recém-demitido da base do São Paulo, ele nunca conseguiu acompanhar a turma comandada por Serginho Chulapa na cerveja.

CHULAPA DIZ QUE SUA TURMA BEBIA BEM

  • Folha Imagem/Arquivo

    Conhecido como um dos jogadores que mais aproveitaram a noite em seus tempos de boleiro, Serginho Chulapa disse acreditar que a sua turma de balada, na década de 80, era mais “pé de cana” do que a de Vampeta e Luizão, nos anos 90.

“A turma de antigamente era da pesada mesmo. Tinha a turma do Serginho. Cheguei a ir duas vezes na festa dele lá, mas não gostei não [risos]. Mas nem por isso me isolava, falava pra eles: até aqui eu vou, depois é problema de vocês. Era mais novo que eles, mas nem tanto. Não acompanhava não”, contou em entrevista exclusiva ao UOL.

Mas se engana quem pensou que com a idade o gosto pela famosa cervejinha diminuiu. “Até hoje, quando tem jogo entre veteranos, para aguentar a turma não é mole não. Até hoje a pegada é grande mesmo. Eles são muito gente fina, muito joia. Esse pessoal tem história. Existia amizade desde o passado, é diferente. Sempre existiu um respeito grande.”

A turma de balada de Chulapa era composta pelos ex-jogadores Chicão, Zé Teodoro e o hoje treinador Muricy Ramalho. Eles foram todos companheiros de São Paulo na década de 80.

Também em entrevista ao UOL, Serginho confirmou seu lado baladeiro. "Eu saía bastante, mas também não pra me arrebentar. Saía pra tomar uma cerveja e bater papo. Eu ia pra noite, mas tinha meu limite. Bebia mesmo, e se tivesse treino de manhã eu era o primeiro a chegar. Indo direto da noite ou depois."

Lesões atrapalham carreira

Zé Sérgio relembrou as constantes lesões que, a seu ver, acabaram com a sua carreira. Depois de atuar em toda a fase eliminatória, ele não pôde jogar na Copa do Mundo de 1982 por estar machucado.

“Me arrebentou [a carreira]. A primeira contusão foi no México, com o São Paulo, quando quebrei o braço. Voltei para o Brasil, tive recuperação rápida, aí fraturei o braço de novo. Na recuperação, torci o joelho”.

LUIZÃO CONFIRMA SER "REI DA CANA"

  • Priscila Gomes

    O hoje empresário de atletas Luizão confirmou a afirmação de Vampeta de que era um dos “reis da cana” nos tempos de jogador, ou um dos que mais bebiam nas noites.

“O problema foi o joelho. Fiz duas cirurgias antes da Copa de 1982, e a medicina naquela época era complicada, por isso fiquei muito deficiente, pois a minha posição tem como característica principal a velocidade. Meu sucesso acabou praticamente em 1981. Tive uma carreira normal no Santos, mas sem ser craque. Parei aos 33 anos por causa do joelho”, lamentou Zé Sérgio.

José Sérgio Presti teve uma passagem vitoriosa pelo São Paulo, onde ganhou um Brasileiro (1977) e dois Paulistas (1980 e 1981). No Santos, levou outro Estadual (1984). No Vasco, foi campeão carioca (1987).

Mas Zé Sérgio ficaria marcado por um incidente que quase estragou a sua carreira: o suposto caso de doping em 1980, onde foi encontrada na sua urina uma substância considerada dopante. Na sua defesa, o então jogador disse que tomou um remédio para a gripe receitado pelo médico do São Paulo.

Do episódio, Zé Sérgio diz não ter mágoas, mas relembrou ter sido alvo de gozação das torcidas rivais. “Me chamavam de maconheiro, de tudo. Naquela época eu era uma tempestade, fazia chover, preocupava o adversário. Então era uma maneira de tirar minha atenção, mas não conseguiram”.