Mesmo com "melhora significativa", médicos não garantem alta de Havelange
Pela primeira vez desde que foi internado, o estado de saúde de João Havelange, 95, apresentou "melhora significativa", segundo o cardiologista João Mansur, que assina o boletim semana desta sexta-feira.
Apesar da evolução clínica, os médicos não garantem a data de alta do ex-presidente da Fifa, que permanece internado na unidade de terapia semi-intensiva, na ala de cardiologia do hospital Samaritano.
"O paciente usa marca-passo e por isso é mais prudente mantê-lo na terapia semi-itensiva da unidade coronariana", explicou o médico Mansur a UOL Esporte, por telefone, 20 dias após a internação de Havelange.
Oficialmente, Havelange foi internado após sofrer um surto infeccioso que atingiu seu tornozelo direito, em 18 de março. Para auxiliar a batalha contra as bactérias, Mansur aceitou a ajuda de um ortopedista, que realizou três cirurgias de drenagem no local infectado. Há dez dias, o paciente passou por tomografias abdominais e toráxicas e os resultados foram considerados normais.
Abaixo, a íntegra do boletim médico
"João Havelange, 95 anos, permanece internado no Hospital Samaritano, em Botafogo, na Zona Sul do Rio de Janeiro.
Segundo o médico João Mansur Filho, após uma semana de avaliação, o estado clínico do Presidente de Honra da Fifa apresenta melhora significativa.
A infecção diagnosticada no tornozelo direito do paciente está sob controle e o tratamento com antibióticos, por via venosa, segue em curso.
João Havelange está lúcido e permanece na Unidade Semi-intensiva Coronariana.
Não há previsão de alta.
A equipe médica que o acompanha emitirá um novo boletim na próxima sexta-feira (11.05.12).
João Mansur Filho
Cardiologista
Chefe da Unidade Coronariana do Hospital Samaritano – RJ"
João Havelange foi internado logo após a renúncia de Ricardo Teixeira à presidência da CBF e ao cargo executivo na Fifa. Os dois estão envolvidos em recebimento de suborno para facilitar a venda de direitos de televisão dos jogos de copas do mundo, entre 1989 e 2000.
Pressionado pelo Comitê Olímpico Internacional, onde mantinha um assento de conselheiro vitalício, João Havelange também renunciou a seu cargo honorífico. Os jogos da Fifa e as Olimpiadas eram comercializados pela mesma empresa de marketing que pagou suborno aos brasileiros, a International Sports Leisure (ISL).
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