Topo

Leão adota estilo 'paz e amor' para abafar crise e diminuir fritura no São Paulo

O técnico Emerson Leão já deixou bem claro como irá proceder para abafar a crise no São Paulo - Luiz Pires/VIPCOMM
O técnico Emerson Leão já deixou bem claro como irá proceder para abafar a crise no São Paulo Imagem: Luiz Pires/VIPCOMM

Renan Prates

Do UOL, em São Paulo

06/05/2012 06h00

O técnico Emerson Leão já deixou bem claro como irá proceder para abafar a crise que foi instaurada no São Paulo com o afastamento do zagueiro Paulo Miranda. Ele adotou um estilo ‘paz e amor’ para abafar a polêmica e diminuir a ‘fritura’ ao seu trabalho no Tricolor.

Leão compareceu na última entrevista coletiva com o discurso já ensaiado. Antes de permitir aos repórteres fazerem as perguntas, ele proferiu um pronunciamento onde dizia que a fala do presidente Juvenal Juvêncio de que ele tinha concordado com o afastamento de Paulo Miranda havia sido mal interpretada pelos profissionais de imprensa.

Durante as respostas que deu aos jornalistas, Leão repetiu a palavra “sinceridade” quase que como um mantra. A sua ideia era passar tanto para os repórteres quanto para a torcida do São Paulo de que ele falou até onde podia.

Apesar de não polemizar, Leão fez questão de ressaltar que não concordou com o afastamento de Paulo Miranda, ao contrário do que havia dito Juvenal Juvêncio para o Estado de S. Paulo. Na visão do treinador, os erros do zagueiro não foram suficientes para abalar a confiança que existe nele.

Com quase 50 anos de vivência no futebol, Leão sabe que passa por um período de instabilidade forte no São Paulo, apesar de não admitir publicamente. Uma eliminação na Copa do Brasil ainda nas oitavas de final, se for consumada, pode custar o seu cargo. Por isso, apesar de se sentir injustiçado e desautorizado, ele preferiu não polemizar, algo que não condiz com sua biografia de ter arranjado inúmeras brigas por onde passou.

Mesmo com um discurso ‘paz e amor’, Leão deu recados velados durante a coletiva de sexta no São Paulo. Um deles foi para a diretoria do Tricolor: se ela quiser demiti-lo, pode ficar tranquila porque não terá que pagar pela rescisão contratual.

“No meu contrato não tem multa, ele faz o que quiser. Não tinha no anterior [antes do reajuste salarial], não tem nesse, não terá em nenhum mais na minha vida. Quero ser livre como o clube tem que ser livre. Você não deve aturar quem você não quer dentro da sua empresa”, declarou Leão.