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Após lance que deixou gandula famosa, CBF endurece regras para recuperação de bolas

Fernanda Maia ficou famosa após jogo no Engenhão e motivou nova norma - Fernando Maia/UOL
Fernanda Maia ficou famosa após jogo no Engenhão e motivou nova norma Imagem: Fernando Maia/UOL

Do UOL, no Rio de Janeiro

07/05/2012 19h25

Os incidentes envolvendo gandulas nas finais dos campeonatos estaduais desagradaram a CBF. Dias depois de gandulas terem se tornado “destaques” nas partidas decisivas da Taça Rio e do segundo turno do Campeonato Gaúcho, a confederação decidiu baixar novas normas para o trabalho daqueles que recuperam as bolas nos jogos de futebol.
 
O “protocolo de procedimentos” para o trabalho dos gandulas foi anunciado nesta segunda-feira pelo coordenador de Instrução de Arbitragem da CBF, Manoel Serapião Filho. As normas ainda não foram oficialmente divulgadas pela confederação. Segundo Serapião, porém, já serão aplicadas a partir desta quarta-feira, na Copa do Brasil.
 
“Esses fatos [no Rio de Janeiro e no Rio Grande do Sul] foram a gota d'água e nos estimularam a baixar um protocolo de procedimentos para os gandulas”, afirmou Serapião. “Agora, o gandula tem que atuar da mesma forma com a equipe A e B.”
 
De acordo com o protocolo, gandulas não poderão mais devolver bolas nas mãos de jogadores, assim como fez a gandula Fernanda Maia na final da Taça Rio. “A bola tem que ser posta no chão, fora do campo, perto do local onde ela saiu. Na hipótese de o jogador já estar esperando a bola, ela tem que ser rolada para ele pelo solo”, explicou Serapião.
 
Na Taça Rio, Fernanda percebeu que a bola sairia pela lateral e, logo que ela deixou o campo, atirou uma outra para o jogador do Botafogo. A reposição rápida facilitou o contra-ataque do time, que pegou a defesa do Vasco desarmada. O lance resultou no primeiro gol do Botafogo, que acabou vencendo a partida e se classificando para a final do Campeonato Carioca.
 
Serapião afirmou que, mesmo nos casos que há placas separando o campo da área em que ficam os gandulas, a bola tem que ser lançada no chão para evitar favorecimento. “Se houver placas em que os gandulas ficam atrás, ele tem jogar a bola para que ela bata no chão e o jogador se abaixe para pegar a bola. Assim, ele dará a bola para o jogador visitante e mandante do mesmo modo, no chão.”
 
O coordenador da CBF ainda disse que não será permitido que gandulas coloquem a bola na marca do escanteio para que jogadores batam o tiro de canto mais rapidamente. Isso aconteceu no jogo entre Grêmio e Internacional, pelo Campeonato Gaúcho, e causou confusão.
 
“O gandula colocar uma bola para a cobrança de um tiro de canto é proibido pela regra porque é uma interferência externa. O árbitro não pode permitir”, complementou Serapião.
 
Ele disse também que todos os árbitros do país serão instruídos sobre as novas normas. Os árbitros devem ser rígidos na aplicação delas. “Os árbitros serão orientados a serem mais rígidos e expulsarem os gandulas que não cumprirem as normas.”