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Zinho rechaça rótulo de 'homem forte' do Fla e pede ajuda para comandar futebol

Zinho será o novo diretor de futebol do Flamengo; anúncio sai nos próximos dias - Marcelo Sayão/ EFE
Zinho será o novo diretor de futebol do Flamengo; anúncio sai nos próximos dias Imagem: Marcelo Sayão/ EFE

Pedro Ivo Almeida

Do UOL, no Rio de Janeiro

08/05/2012 06h10

Dirigentes do Flamengo e até o próprio Zinho ainda evitam falar de maneira oficial, mas já reconhecem que o clube, enfim, tem um novo diretor de futebol. Com o anúncio esperado para os próximos dias, o tetracampeão mundial pela seleção brasileira será o tão sonhado executivo para comandar o elenco rubro-negro. Ainda um pouco assustado com a pressão, ele evita o rótulo de homem forte, adota um discurso humilde e reconhece que precisará de ajuda para liderar o departamento mais badalado do clube.

Em rápido contato com a reportagem do UOL Esporte, o ex-jogador confirmou o andamento avançado das conversas para ser anunciado como novo diretor, explicou o que falta para o acordo e deu detalhes de como pretende trabalhar. Ao contrário do modelo implementado em outros clubes, e até mesmo no Flamengo em tempos atrás, Zinho terá carta branca para gerir o elenco, mas não terá a última palavra em decisões mais importantes, como contratações, demissões e punições.

"Obviamente, não posso falar como diretor do Flamengo, até porque nem exerço essa função. As conversas estão adiantadas, eu estou muito feliz, mas prefiro esperar alguns dias [risos]. Estamos acertando detalhes como tempo de contrato, até porque tenho outros projetos concretos que não posso abandonar. A vontade sempre existe de trabalhar em um clube grande e que gosto muito, mas tive que pensar bem", explicou Zinho, para acrescentar em seguida.

"A experiência, por mais prazerosa que se imagine, não será fácil. Estou acostumado com os bastidores do futebol, vestiários, concentrações, mas sei que o cargo exige mais que isso. E não tem essa de homem forte, o cara que faz tudo sozinho. Eu reconheço que terei que buscar uma ajuda. Mas isso não será problema. Em negociações por reforços ou salários, terei um suporte de outros dirigentes do clube ao meu lado e isso é normal no início. Um vice financeiro, um vice administrativo... Mas estou tranquilo.Tenho experiências no Nova Iguaçu e até no Miami FC", contou o dirigente.

Sempre contido no discurso, até por garantir que o acordo ainda não foi firmado oficialmente, Zinho evitou falar sobre possíveis contratações e dispensas, mas assegurou ter novidades em breve. "Nem contratado eu sou, como posso dar palpites? Vamos com calma e depois teremos mais detalhes", prometeu um descontraído Zinho.

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O discurso do futuro dirigente do Flamengo se alinha perfeitamente ao desejo da cúpula do clube. Após duas semanas de muitas especulações e poucas decisões, os responsáveis pelo futuro do rubro-negro encontraram o perfil que desejavam desde o início. Zinho é jovem, entende bem dos bastidores do futebol e, principalmente, acatará as ordens superiores sem alardes ou reclamações. Com isso, o "trio de ferro" formado pelo vice de relações externas, Walter Oaquim, o vice de finanças, Michel Levy, e o vice de futebol, Paulo César Coutinho, segue dando as cartas no time da Gávea.

Enquanto não anuncia oficialmente o nome de Zinho, o trio rubro-negro se esforça para acertar com outros reforços, mas, desta vez, fora de campo. Após as negociações com os desconhecidos Wellington, Amaral e Jorge Luiz, o Flamengo espera confirmar a chegada de Ibson, Cáceres e mais um zagueiro. A expectativa é que as negociações tenham um desfecho positivo até o fim desta semana.