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Goleiro Bruno vai reconhecer paternidade e pagar pensão a filho com Eliza Samudio

Goleiro Bruno reconhecerá paternidade por escrituração pública, nesta sexta-feira - Rafael Andrade/Folhapress
Goleiro Bruno reconhecerá paternidade por escrituração pública, nesta sexta-feira Imagem: Rafael Andrade/Folhapress

Roberto Pereira de Souza

Do UOL, em São Paulo

10/05/2012 06h00

O goleiro Bruno vai reconhecer legalmente que é pai do filho de Eliza Samudio, sua ex-amante, morta em 2010. Segundo o advogado Rui Pimenta, responsável pela defesa do jogador, o reconhecimento será feito por escritura pública, nesta sexta-feira, junto à Vara da Família da Barra da Tijuca, no Rio de Janeiro.

“Sexta-feira (dia 11 de maio) vou registar em cartório a escritura pública de reconhecimento do filho de Bruno com Eliza Samudio. Independentemente de qualquer resultado de julgamento criminal, ele quer repassar aos três filhos 10% do que ganhar como jogador profissional”, explicou o advogado Pimenta

Bruno é acusado de ter matado Eliza Samudio, com quem teve um filho. O menino de 2 anos e meio de idade está sob a guarda provisória da avó materna, Sonia Fátima de Moura.

A mãe de Eliza Samudio, por sinal, mostrou surpresa e apreensão ao saber que o goleiro tem a intenção de reconhecer a paternidade do neto e, inclusive, que pode deixar a prisão em algumas semanas.

“Estou apreensiva. Se ele sair, será que tentará uma aproximação comigo, com meu neto? O que vai acontecer?” perguntou a avó, em conversa por telefone com o UOL Esporte.

Sonia ficou sem palavras quando recebeu a notícia de que seu neto terá “uma pensão alimentícia de 3,3% sobre os ganhos e bens de Bruno”, como antecipou o advogado do jogador.

“Não sei o que dizer, fui pega de surpresa. É melhor falar com minha advogada que entende bem dessa ação familiar”.

A advogada de Sonia, Maria Lúcia Gomes, não respondeu à ligação feita ao celular pela reportagem.

Segundo o advogado do goleiro, o reconhecimento da paternidade deve colocar fim à ação familiar que tramita na 2ª. Vara da Família, na Barra da Tijuca, desde 2009, quando Eliza Samudio descobriu que estava grávida.

“Houve um erro naquela ação porque Eliza estava grávida e não havia como julgar o mérito de uma pensão alimentícia para uma criança ainda não nascida”, disse Pimenta. ”O Ministério Público argumentou por uma pensão gravítica (que beneficia a mãe durante a gravidez)”.

Advogado vai fazer defesa oral do habeas corpus

Em seu pedido de habeas corpus, o advogado Rui Pimenta descreve vários despachos dos ministros do STF, que beneficiaram acusados de vários crimes hediondos ou não.

"Se for para manter a ordem jurídica, Bruno deverá aguardar o julgamento do Tribunal do Júri em liberdade", explicou o advogado do goleiro. Em um julgamento recente, o jornalista Pimenta Neves foi condenado por homicídio qualificado, mas aguardou a tramitação dos recursos em casa, por cerca de sete anos. Pimenta Neves tinha bons antecedentes, era primário e não apresentava risco de fuga.

O STF deve se reunir nas próximas semanas para ouvir as alegações do advogado de Bruno e decidir se mantém acusado preso até o julgamento.

O goleiro Bruno é acusado de homicídio triplamente qualificado, sequestro e ocultação de cadáver de Samudio. Além dele, outras sete pessoas estão envolvidas no crime, segundo a Justiça. O caso tramita em Minas Gerais, onde o crime aconteceu, em junho de 2010, e ainda não tem data para ser julgado pelo Tribunal do Júri de Contagem.

Das sete pessoas denunciadas, apenas três estão presas, incluindo Bruno. As demais aguardam o julgamento em liberdade.

“Sexta-feira (11) vou registar em cartório a escritura pública de reconhecimento do filho de Bruno com Eliza Samudio. Independentemente de qualquer resultado de julgamento criminal, ele quer repassar aos três filhos 10% do que ganhar como jogador profissional”, explicou o advogado Pimenta.

Além disso, como o UOL Esporte antecipou no último sábado, o advogado de Bruno tentará libertar seu cliente nas próximas semanas, em audiência plenária do Supremo Tribunal Federal.

“Nesta terça-feira, o STF negou a liminar do habeas corpus, preferindo julgar o mérito em algumas semanas. Foi bom negarem a liminar, porque os ministros terão de estudar o caso mais profundamente, quando houver a sessão plenária. Bruno será solto por questão jurídica e aguardará o julgamento em liberdade”, disse o defensor.

A diretoria do Flamengo admitiu na última quarta-feira que pode receber Bruno de volta, desde que a situação do jogador seja esclarecida pelo Supremo Tribunal Federal.