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Vasco planeja pagar salários até 6ª e descarta vender Dedé por fôlego financeiro

Principal nome do Vasco, Dedé tem negociação descartada para aliviar crise financeira - Marcelo Sadio/ site oficial do Vasco
Principal nome do Vasco, Dedé tem negociação descartada para aliviar crise financeira Imagem: Marcelo Sadio/ site oficial do Vasco

Vinicius Castro

Do UOL, no Rio de Janeiro

29/05/2012 06h10

A crise financeira existe e não é segredo para ninguém no Vasco. Com dificuldades mais sérias desde o início do ano, quando os jogadores chegaram a “aposentar” o regime de concentração, a diretoria aproveita a folga prolongada dos atletas no Campeonato Brasileiro para encontrar soluções. Uma delas consiste em pagar ao menos o salário de março até a próxima sexta-feira e amenizar o débito de dois meses com os profissionais – abril venceu no último dia 20 de maio. Mesmo com problemas de caixa, os dirigentes descartam qualquer possibilidade de vender Dedé na janela de transferências para ganhar fôlego financeiro com a negociação.

LESIONADO, DEDÉ TORCE, TIETA ARTISTAS E CONTA ROTINA NA INTERNET NA 'FOLGA'

  • Zé Paulo Cardeal/TV Globo/Divulgação

    Apesar de estar fora do Vasco há quase dois meses – desde a partida contra o Alianza Lima, no dia 3 de abril –, Dedé segue como o principal personagem do clube. Além da falta que faz dentro de campo, o protagonismo do zagueiro se explica pela sua rotina em tempos de “folga” por causa de grave lesão: um edema ósseo na perna esquerda. Fora das partidas decisivas do Vasco nas últimas semanas, Dedé aproveitou para exercitar o lado fervoroso como torcedor em São Januário e no Twitter, tietar artistas da Rede Globo e contar detalhes da sua vida na Internet.

Em recuperação de um edema ósseo na perna esquerda, o zagueiro já treina a parte física em campo e deve voltar ao time no dia 10 de junho, contra o Bahia, em Salvador, pelo Campeonato Brasileiro. Mesmo afastado da equipe há quase dois meses, as sondagens em torno do zagueiro não param. Em São Januário, existe uma corrente que defende a venda na chegada de uma proposta concreta durante a janela de transferências – de 20 de junho a 20 de julho. Estes partidários alegam que os problemas com patrocinadores podem demorar e isso apressaria naturalmente a busca por receitas de outras formas.

Possibilidade imediatamente rechaçada pela maioria e com aval oficial da diretoria. O departamento de futebol descarta vender Dedé e qualquer outro jogador com parte dos direitos econômicos ligada ao clube apenas para fazer caixa e conseguir um fôlego financeiro de emergência.

“O Vasco não vai vender o Dedé ou qualquer outro jogador para fazer caixa. Nossos jogadores têm um projeto dentro do clube. O Vasco vai buscar receitas com jogos, patrocínios, mas jamais vendendo os nossos maiores valores para isso. Vamos preservar o elenco e suas peças mais fortes para a disputa total do Campeonato Brasileiro. O trabalho é nesse sentido. Achamos difícil chegar qualquer proposta irrecusável nessa janela e não cogitamos essa prática”, afirmou o diretor de futebol do Vasco, Daniel Freitas, ao UOL Esporte.

O Cruzmaltino sabe que pode perder jogadores emprestados, casos de Eder Luis, Fellipe Bastos e Renato Silva. Por isso, estima em 20 dias a resolução das situações. Além disso, descarta contratar reforços antes de solucionar todas as pendências. Entre elas, o pagamento dos salários de março, abril, além de premiações. A expectativa é a de quitar o primeiro mês ao menos até a próxima sexta-feira.

“O prazo que esperávamos se encerra na quarta-feira. Por isso, trabalhamos e idealizamos resolver essa questão salarial até sexta-feira. A prioridade no Vasco é resolver os compromissos com quem já está aqui e honra essa camisa. Trabalhamos para colocar em dia essas condições. Só quando isso for feito pensaremos em contratações para o restante da temporada. Sem dívida, seria um desrespeito com quem está aqui pensar diferente disso. O Vasco não trabalha desta forma”, encerrou.