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Após polêmicas de Ronaldinho, ex-atletas boêmios contam como cair na balada sem perder foco

Agora no Atlético-MG, Ronaldinho faltou em 15 treinos do Flamengo na temporada 2012 - Bruno Cantini/site oficial do Atlético-MG
Agora no Atlético-MG, Ronaldinho faltou em 15 treinos do Flamengo na temporada 2012 Imagem: Bruno Cantini/site oficial do Atlético-MG

Pedro Taveira

Do UOL, em São Paulo*

07/06/2012 06h03

A polêmica saída de Ronaldinho Gaúcho do Flamengo ressuscitou uma velha discussão sobre atletas baladeiros: até que ponto é possível conciliar a vida noturna com uma carreira de sucesso no futebol?

Mestre das fugas de concentrações, o ex-atacante e hoje deputado Romário nunca escondeu seu apreço pelas noitadas. Pelo contrário, o “Baixinho” sempre disse que sair e fazer sexo antes de uma partida importante até melhorava seu rendimento em campo.

Atualmente técnico, Renato Gaúcho, outro sempre lembrado como referência para ex-atletas baladeiros, se intitula o maior conquistador que já calçou chuteiras no Brasil.

Para ajudar boleiros que queiram aproveitar a vida e ainda assim mandar bem dentro de campo, o UOL Esporte foi atrás de ex-craques boêmios e coletou dicas para que as noitadas e bebidas não afetem o desempenho nos gramados.

EX-JOGADORES DÃO RECEITA PARA CONCILIAR VIDA NOTURNA E CARREIRA

  • Vampeta
    “Eu saía apenas nas minhas folgas. Nunca joguei ou fui treinar bêbado. Nunca fugi de concentração. Vivi uma vida normal como todo mundo, bebia meu vinho como todo jornalista faz, como todo advogado. Você tem que cumprir suas obrigações para poder exigir. A partir do momento que você começou a não pagar, não tem como cobrar. O jogador fica mais desinteressado”.

  • Serginho Chulapa
    “Jogador de futebol tem que ser esperto. Pensa que é, mas não é. Tem que fazer as coisas na hora certa. Sair para a noite todo mundo vai, mas tem que saber a hora a certa. Atleta depende do físico. Acredito que ele tem que conciliar as duas coisas. Eu nunca dei motivo, nunca faltei a treino, mas sempre vai acontecer de sair pra noite. Hoje tem muita gente maldosa com celular, acabou a privacidade. Se for tentar ser malandro, vai se dar mal”.

  • Neto
    "Se eu tivesse mais reponsabilidade, teria jogado duas Copas do Mundo. Naquela época não tinha mídia. Se eu fosse para a ‘zona’, ninguém sabia. Hoje a exposição é muito mais forte. Antigamente iam muito mais para a noite, mas o que vale hoje é o entretenimento, pois o jogador virou celebridade. Os jogadores da minha época jogavam muito mais e o futebol hoje, para mim, é inferior ao de antigamente. Mas também tem uma coisa: os jogadores daquela época estão f... de grana".

  • Luizão
    “Tudo tem sua hora. Quando ia chegando perto do jogo pisava no breque. Sempre gostei mais de fazer coisas dentro da minha casa. Chega uma idade que a gente tem que casar. Sempre era o primeiro a chegar em treinos. Cheguei muitas vezes ruim, mas ia lá e ficava na musculação. Ficava cansado, mas nunca faltei”.

  • Wladimir
    “Eu penso que cada atleta tem que ter e entender seu limite. Ninguém mais do que ele pra estabelecer seu limite, falar ‘aqui eu posso ir, daqui para a frente vou estar me prejudicando’. Cada atleta tem sua forma de agir. Tive na minha geração vários atletas que extrapolavam essa questão de disciplina e horários, mas chegava em campo e eles resolviam”.

  • Paulo Nunes
    “Sempre gostei de sair, tomar minha cervejinha, comer um churrasco e ficar com as gurias, mas sempre que tinha treino tentava evitar ao máximo. Claro que já dei migue. Jogador que diz que nunca fez, que nunca ficou com dor no tornozelo pra descansar, é hipocrisia. Tive professores bons, como Renato Gaúcho. Uma vez ou outra você vai errar, é normal. Mas continuar no erro e se expor demais é burrice. Faça o que quiser, mas faça direito”.

*colaborou Renan Prates