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Fla pede indenização de R$ 40 mi a R10 e comemora início de "bala de canhão"

Flamengo reclama que Ronaldinho não zelou pela imagem durante passagem na Gávea - Alexandre Vidal/FotoBR
Flamengo reclama que Ronaldinho não zelou pela imagem durante passagem na Gávea Imagem: Alexandre Vidal/FotoBR

Pedro Ivo Almeida

Do UOL, no Rio de Janeiro

20/06/2012 12h45

O departamento jurídico do Flamengo deu o primeiro passo na Justiça para contra-atacar no caso em que Ronaldinho Gaúcho cobra R$ 40 milhões do clube. Na terça-feira, a diretoria rubro-negra confirmou ação na 9ª Vara do Trabalho em que pede indenização ao jogador pelo mesmo valor. O argumento é que essa quantia será capaz de ressarcir o Flamengo pelo fracasso da passagem do ex-capitão do time pela Gávea. O vice-presidente jurídico Rafael de Piro comemora o início da “bala de canhão” contra o jogador – agora no Atlético-MG.

O Flamengo informa que pede R$ 35 milhões por danos morais causados ao clube. Os outros R$ 5 milhões se explicam pelo fato de a diretoria não ter conseguido parceiros devido à imagem de Ronaldinho estar sempre associada às festas. O Flamengo confia na vitória. “Se não tivesse chance, não teríamos ido à Justiça”, disse, irritado, Rafael de Piro ao UOL Esporte.

De acordo com reportagem do jornal O Dia, o Flamengo apresentou à Justiça imagens de Ronaldinho em noitadas no Rio de Janeiro. Outro argumento usado pelo departamento jurídico é a de que o atleta não zelou pela sua imagem. Por isso, o clube não teve chance de atrair patrocinadores e usar o potencial de R10 em ações de publicidade.

O Flamengo revela também que o clube só firmou novo contrato com Ronaldinho, em janeiro deste ano, porque ele ameaçou não participar da Copa Libertadores. A polêmica aconteceu após a saída da Traffic - empresa responsável por parte dos salários do jogador no início do projeto.

“De fato, essa é a primeira parte da bala de canhão. Não posso entrar em detalhes, mas temos provas capazes para ganhar essa ação. Pedimos indenização de R$ 40 milhões por uma série de prejuízos à imagem do clube. A ação já foi distribuída na Justiça e vamos aguardar agora. É mais um capítulo dessa guerra”, completou de Piro.

A polêmica expressão foi usada pela primeira vez no dia seguinte à confirmação de que Ronaldinho deixava o clube através de vitória na Justiça. O craque conseguiu a rescisão de contrato e cobra uma dívida de R$ 40.177.140,00. Em entrevista coletiva, o Flamengo ressaltou decepção com a atitude do atleta e prometeu luta implacável. Um dossiê era preparado para mostrar o comportamento pouco profissional do jogador no Rio de Janeiro.

Entre as armas reunidas, o Flamengo cogitou usar vídeo em que Ronaldinho é flagrado com uma mulher durante concentração em Londrina e até mesmo depoimentos de companheiros do atleta na Gávea. A prova mais polêmica, porém, foi um suposto exame de sangue que comprovava álcool no sangue de Ronaldinho durante treinamento.

O médico José Luiz Runco negou a versão dos dirigentes e gerou um mal-estar dentro do clube. O doutor descartou a chance de existir a prova mais importante do dossiê preparado para revelar o comportamento desinteressado do ex-capitão rubro-negro durante a sua passagem pelo Flamengo. Em seguida, de Piro admitiu que o documento não existia.