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Janela é marcada por apostas em veteranos da Europa e "nãos" por jovens da seleção

Seedorf. Forlan e Zé Roberto chegaram ao Brasil na última janela do mercado da bola - Arte/UOL
Seedorf. Forlan e Zé Roberto chegaram ao Brasil na última janela do mercado da bola Imagem: Arte/UOL

Paulo Passos e Vitor Pajaro

Do UOL, em São Paulo

21/07/2012 06h00

Novo rico, bola da vez ou emergente são alguns dos apelidos dados por agentes ao mercado brasileiro no mundo do futebol. Inflados pelo novo contrato de televisão, os clubes brasileiros aumentaram os salários dos jogadores e passaram a competir com clubes europeus e asiáticos, principalmente na contratação de estrelas com mais de 30 anos. Foi o que mostrou a última janela de registros de jogadores, período para a contratação de atletas em atividade fora do país, encerrada nesta sexta-feira.

Forlán, 33 anos, Seedorf, 36, e Zé Roberto, 38, são exemplos de jogadores acima de 30 anos que chegaram ao Brasil. Todos com salários do mesmo nível da Europa e com status de ídolos nos novos clubes.

“Hoje os clubes brasileiros conseguem competir em termos de salário com os europeus. Tirando os casos dos ‘tops’, como Messi, Tevez e companhia, as outras estrelas da Europa ganham tanto quanto os mais bem pagos daqui”, afirma o advogado Marcos Motta, especialista em direito desportivo, que já trabalhou em negócios como as transferências de Thiago Silva, Robinho e Roberto Carlos nos últimos anos.

Motta relata que na última janela cresceu a procura de agentes europeus tentando trazer jogadores para o mercado brasileiro. “Eu já ouvi empresários dizerem que o Brasil é o sabor da estação, tanto pelas novas receitas que os clubes conseguiram quanto pela visibilidade do eventos como Copa de 2014 e Olimpíada de 2016”, diz Motta.

Ex-zagueiro e hoje agente, Jorge Baidek concorda com a nova imagem do mercado brasileiro. O empresário trabalhou no negócio que concretizou a vinda do uruguaio Diego Forlán para o Internacional.

OS 'NÃOS' DO BRASIL

“O Forlán foi o melhor jogador da última Copa do Mundo. Com vinda dele, jogadores das seleções da Itália e de Portugal sondaram clubes brasileiros”, afirma o agente, sem revelar quem foram os atletas.

O Internacional não divulga, mas o salário do uruguaio chega a R$ 700 mil por mês. Patamar semelhante ao de Seedorf no Botafogo.

Não sai

Se o prazo para a chegada de jogadores do exterior se encerrou na última sexta, o movimento contrário – a ida de brasileiro para a Europa – pode ocorrer até o dia 31 de agosto. Até agora, entretanto, as investidas dos gigantes europeus em jovens jogadores do Brasil não deram certo.

Dedé, Lucas e Leandro Damião receberam propostas, mas Vasco, São Paulo e Internacional, respectivamente, disseram “não”.

“É algo que seria impensável há dois anos. O Manchester United mandou representantes, eles ficaram duas semanas aqui, ofereceram mais de 30 milhões de euros e levaram um não”, conta Marcos Motta.