Mazzolla cobra injeção de caráter na seleção e 'corneta' Neymar; Pelé é diplomático
Como parte da comitiva brasileira que na manhã desta terça-feira visitou o estádio Rasunda, palco da final da Copa do Mundo de 1958, o centroavante Mazzolla era só sorrisos ao resgatar as memórias de 54 anos atrás. O rosto só se fechou para falar de uma memória bem mais recente. Para o ex-jogador da seleção e um dos maiores artilheiros da história da Liga Italiana, os problemas da equipe de Mano Menezes na derrota olímpica e na preparação para o Mundial de 2014 não passam apenas pela parte tática ou técnica.
‘’O Brasil perdeu a medalha de ouro porque não soube mudar de estratégia, isso ficou claro. Mas, para mim, a seleção precisa mesmo é de uma injeção de caráter. Não pode ter tanta firula. Tem que trazer jogador que tenha talento e sangue. O Pelé era assim: jogava muita bola, mas tinha raça. Com esse time que temos hoje, não ganharíamos a Copa’’, avaliou.
Mazzolla, que trabalha como comentarista da rede TV italiana SKY, ficou irritado especificamente com Neymar. ‘’Ele não pode passar 90 minutos na ponta esquerda. Se não está funcionando, precisa ir para outro lado, buscar espaço. Eu tenho comentado o Campeonato Espanhol e vejo o Messi como o exemplo ideal. Quando a marcação aperta, ele joga em toda parte do campo’’, comentou.
Diante do argumento da obediência tática, o campeão de 58 foi lacônico. ‘’Jogador tem de ter independência, pensar o jogo também’’. O ex-centroavante, porém, esquivou-se de comentários sobre a situação de Mano. ‘’Não tenho acompanhado muito o trabalho dele’’, argumentou Mazzolla, que se naturalizou italiano depois da Copa da Suécia e disputou o Mundial de 1962 pela Azzurra.
Companheiro de Mazzolla na campanha de 1958, o meia Zito foi mais diplomático na análise do momento vivido pela seleção. ‘’A gente sempre quer ver vitória , mas o Brasil é sempre o Brasil .O problema é que, às vezes, ocorre um acidente. Mas dá tempo para consertar as coisas [para a Copa de 2014], temos jogadores para isso’’, disse o ex-atleta.
O mais assediado do grupo de quatro remanescentes que visitou o Rasunda (Pepe também veio), Pelé também adotou a via contemporizadora. ‘’A seleção é muito jovem, mas não temos tempo para armar a equipe. Todos os jogadores são bons de categoria, mas tem que ter um tipo de jogo. O México tem mais tempo de jogo, veio bem armado e surpreendeu’’, explicou Pelé, que alegou compromissos com uma rede para não ter ido à partida de sábado passado em Wembley.
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