Topo

CBF quer aproveitar debate sobre investimento olímpico para resolver dívida de clubes

Apoio a modalidades olímpicas seria forma de pagamento de dívidas para clubes - REUTERS/Ricardo Moraes
Apoio a modalidades olímpicas seria forma de pagamento de dívidas para clubes Imagem: REUTERS/Ricardo Moraes

Vinicius Konchinski

Do UOL, no Rio de Janeiro

22/08/2012 12h00

A discussão de um plano de investimentos em esportes olímpicos para 2016 pode se tornar uma oportunidade única para que a CBF dê uma solução para as dívidas dos clubes de futebol do país. Enquanto o governo estuda aumentar o apoio a atletas para os Jogos do Rio, a confederação quer oferecer apoio a modalidades olímpicas. Como contrapartida, pedirá um abatimento no valor dos débitos das agremiações associadas com a Receita Federal e o INSS.

O mecanismo de investimento em troca de desconto em dívidas está na minuta de um projeto de lei que a confederação vem elaborando junto com o deputado federal Vicente Cândido (PT-SP) e representantes do Ministério do Esporte. Segundo o próprio presidente da CBF, José Maria Marin, o texto da proposta está praticamente fechado. Deve ser apresentado ao Congresso Nacional ainda neste ano para que, se aprovado, equacione as dívidas dos clubes.

“Já apresentamos o projeto para o ministro do Esporte há um mês”, afirmou Marin, na terça-feira. “Desde então, um grupo de trabalho vem se reunindo para acertar mais detalhes.”

O vice-presidente da CBF e braço direito de Marin, Marco Polo Del Nero, explicou que o projeto deve conter uma espécie de tabela estabelecendo quanto o apoio a uma modalidade olímpica descontará dos débitos. “Um clube que deve um valor x, poderá pagar essa dívida apoiando dez esportes por dez anos”, afirmou. “Outro clube que deve o dobro, terá que investir por 20 anos.”

Del Nero concorda que o momento favorece a aprovação da proposta. Para ele, os clubes poderiam dar uma boa contribuição no projeto olímpico nacional para 2016.

Segundo o vice-presidente da CBF, entre as poucas coisas que ainda não são consenso no projeto é a criação de mecanismos para evitar que os clubes contraíam novas dívidas. “Precisamos resolver essa questão de uma vez por todas”, complementou o presidente Marin. “Temos que incluir no projeto uma punição para evitar que os clubes voltem a dever.”

Marin defende que clubes que não quitem seus débitos em dia percam pontos em campeonatos que estejam disputando e até possam ser rebaixados no Campeonato Brasileiro.

Atualmente, estimativas apontam que os clubes de futebol do país devam juntos cerca de R$ 4 bilhões. Desse valor, R$ 2 bilhões são de débitos com o governo federal.