Topo

Ajuda de R$ 7,5 milhões ao São Paulo faz DIS recusar nova exigência do Santos para liberar Ganso

Novela sobre o futuro de Ganso pode chegar ao fim nesta quarta-feira - Almeida Rocha/Folha Imagem
Novela sobre o futuro de Ganso pode chegar ao fim nesta quarta-feira Imagem: Almeida Rocha/Folha Imagem

Lucas Tieppo, Ricardo Perrone e Samir Carvalho

Do UOL, em São Paulo e em Santos

19/09/2012 06h00

A nova e provavelmente última exigência do Santos para liberar Paulo Henrique Ganso esbarra justamente na relação do clube com a DIS, grupo de investimento que ajudou o São Paulo a viabilizar a proposta de pagamento à vista de R$ 23,9 milhões pelos 45% de participação santista nos direitos econômicos do meia.

Como a DIS concordou em ajudar o São Paulo na operação com R$ 7,5 milhões, não aceita a exigência do Santos em reduzir pela metade uma dívida do clube praiano de cerca de R$ 8 milhões do qual é credora. Se aceitasse, Ganso custaria na prática mais R$ 4 milhões para a parceria São Paulo-DIS.

Juvenal Juvêncio e Luis Alvaro de Oliveira Ribeiro, presidentes de São Paulo e Santos, respectivamente, acertaram no começo da tarde de terça-feira que o clube do Morumbi pagaria  R$ 23,9 milhões à vista e que cederia ao Santos 10% do valor de uma futura transferência de Ganso - o Santos queria 20%.

Porém, mais tarde, Pedro Luis Nunes Conceição, representante do Santos na negociação, entrou em contato com os investidores com a intenção de acertar a dívida do clube com a DIS.

Inicialmente, a intenção do Comitê Gestor do Santos era diminuir o débito, que é de cerca de R$ 8 milhões, para R$ 4 milhões. A dívida do Santos com o grupo de investidores foi criada em 2010, quando o clube deixou de repassar à DIS a parcela à qual o grupo tinha direito sobre as vendas dos jogadores Wesley e André, negociados com Werder Bremen e Dynamo de Kiev, respectivamente.

Pedro Luis Nunes Conceição chegou a oferecer apenas R$ 2 milhões para quitar a dívida, o que foi prontamente rejeitado pela DIS.

A ideia do Comitê Gestor com as novas exigências - 10% do valor de uma futura transferência de Ganso e abatimento da dívida com a DIS - é se posicionar perante o Conselho Deliberativo do clube. O órgão já avisou que cobrará a atual administração caso não seja cumprida a promessa de liberar Ganso apenas pelo valor integral da multa, que é de R$ 53 milhões.

Além disso, o Santos exige um pedido de desculpas formal de Delcir Sonda, presidente do grupo de investimentos, algo que já foi prontamente rejeitado pelo empresário.

Na visão da DIS, os assuntos devem ser tratados separadamente. Primeiro, a venda de Ganso deve ser concretizada já que o São Paulo conseguiu, com a ajuda financeira do próprio grupo de investimentos, chegar ao valor que o Santos exigia. Posteriormente, as partes negociarão a dívida.

Recentemente, a DIS ganhou direito de penhora de 20% das receitas que o clube tem a receber de direitos de televisão e patrocínio, em decisão do Tribunal de Justiça de São Paulo.

A expectativa entre os dirigentes são-paulinos é que o Santos aceite a proposta ainda nesta quarta-feira, mesmo com a negativa da DIS em renegociar a dívida. Entre São Paulo e Ganso já está tudo certo e o meia deve receber cerca de R$ 300 mil mensais por um contrato de cinco temporadas.