Dinamite abandona lado 'Rainha da Inglaterra' e vive pior fase no Vasco desde 2008
Presidente do Vasco, Roberto Dinamite vive o pior momento de sua gestão desde o rebaixamento para a Série-B em 2008. Isolado politicamente, o mandatário viu três vice-presidentes – futebol, finanças e patrimônio – entregarem o cargo nas últimas duas semanas e tem dificuldades para compor as pastas. Nos bastidores, situação e oposição possuem o diagnóstico dos motivos que levaram ao estágio delicado no segundo mandato. Este ano, o dirigente resolveu impor suas vontades, “bateu o martelo” sem consultar os responsáveis pelos setores e gerou insatisfações irreparáveis. O lado “Rainha da Inglaterra” - termo usado por alguns conselheiros em São Januário para defini-lo - foi deixado de lado e pode acarretar em novas mudanças e alianças políticas.
A transformação começou em dezembro de 2011. Rodrigo Caetano deixou o posto de diretor-executivo de futebol após desgaste com Dinamite. A partir daí, o maior ídolo do clube – reeleito em agosto do ano passado – passou a dar as cartas sem o auxílio dos aliados. O mandatário efetivou Daniel Freitas como no cargo, aumentou o salário do meia Felipe sem consultar a vice-presidência de finanças e iniciou o projeto do CT de Itaguaí deixando de lado o patrimônio no processo. Grosso modo, Roberto Dinamite passou por cima dos responsáveis em questões estratégicas na gestão do Vasco.
Em meio ao processo conturbado, o presidente viu as contas de 2011 serem reprovadas por unanimidade pelo Conselho Fiscal. O Conselho Deliberativo ainda se reunirá para votar o caso. A possibilidade de punição ao mandatário não está descartada. O episódio foi considerado nos corredores da Colina histórica como a prova de que a gestão havia entrado em um caminho delicado. José Hamilton Mandarino, ex-vice de futebol, foi o primeiro a abandonar o barco e não escondeu o descontentamento com algumas decisões de Dinamite. No último dia 18, foi a vez de Nelson Rocha, então vice de finanças, também sair. Ele segue como segundo vice-geral, pois foi eleito para o cargo. Fred Lopes, ex-vice de patrimônio, foi o último a se desligar.
VICE DE PATRIMÔNIO ENTREGA CARGO, E DINAMITE PERDE 3º ALIADO EM 14 DIAS
Presidente do Vasco, Roberto Dinamite está cada vez mais isolado no clube. Na última segunda-feira, Fred Lopes comunicou ao mandatário o seu desligamento da vice-presidência de patrimônio. O fato já era esperado nos bastidores em razão das divergências administrativas. O dirigente foi o terceiro aliado de Dinamite que abandonou o cargo nos últimos 14 dias. Anteriormente, José Hamilton Mandarino e Nelson Rocha entregaram as vice-presidências de futebol e finanças.
Curiosamente, os três eram peças fundamentais na gestão. Dos cinco aliados mais próximos, Dinamite ficou apenas com Antônio Peralta, vice-presidente geral, e Aníbal Rouxinol, vice-presidente jurídico. Isolado, o mandatário ainda não tem substitutos para as pastas vagas e resolveu se aproximar do grupo político conhecido como “elefantes” na tentativa de “manter viva” a administração. Composto por 80 conselheiros, a ala em questão possui o próprio vice-jurídico e Eduardo Machado, vice-presidente de marketing, como expoentes da atual gestão. No entanto, antes das perdas o relacionamento de Dinamite com esta área do conselho era apenas social.
Possivelmente, alguns novos vices devem sair dessa lista. Manuel Santos e Manuel Barbosa são nomes fortes para a pasta de patrimônio. O presidente já conversou e sonha com o conselheiro Ercolino Jorge de Lucca na vice-presidência de futebol. Outra possibilidade é o próprio ou Antônio Peralta acumularem o cargo. Entretanto, os cotados têm se mostrado reticentes em “botar a cara” devido ao processo de crise que tomou conta da política do clube.
O setor de finanças é o que precisa ser preenchido de forma mais rápida, já que existem pendências e prazos a cumprir. Entretanto, para assumir a pasta é preciso que o candidato seja conselheiro ou benemérito do Gigante da Colina.
Se nos bastidores a situação já era complicada, o enfraquecimento do time com as saídas de Diego Souza, Fagner, Romulo e Allan foi mais um motivo para severas críticas internas de ex-aliados e oposição. Por sua vez, Roberto Dinamite tem evitado aparições públicas em excesso enquanto não soluciona os impasses políticos. Ainda distante, o processo eleitoral do Vasco já está aberto pelas modificações recentes. Enfraquecido, Roberto e seu grupo buscam aliados para impedir que o final do ano seja conduzido no “olho do furacão” que se transformou a política vascaína em razão de suas próprias mudanças de atitude.
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