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Um ano e meio depois de implosão, C13 vive nas cordas, com dívida de R$ 35 milhões

Fábio Koff, hoje candidato à presidência do Grêmio, segue presidente do C13, que vive nas cordas - Marinho Saldanha/UOL Esporte
Fábio Koff, hoje candidato à presidência do Grêmio, segue presidente do C13, que vive nas cordas Imagem: Marinho Saldanha/UOL Esporte

Gustavo Franceschini

Do UOL, em São Paulo

08/10/2012 06h00

Há pouco mais de um ano e meio, os principais clubes brasileiros assinaram um a um com a Rede Globo e implodiram politicamente o Clube dos 13. Hoje nas cordas, a entidade não tem mais sede, funcionários ou fonte de renda, mas sim uma dívida de quase R$ 35 milhões e um pepino na mão para que os valores sejam quitados e a união possa ser dissolvida.

O cenário, como apurou o UOL Esporte, envolve principalmente cinco associados: Botafogo, Guarani, Flamengo, Fluminense e Goiás. Os dois primeiros dessa lista devem, juntos, quase R$ 24 milhões, com o clube alvinegro à frente com R$ 15 milhões de débito.

Esse dinheiro vem de empréstimos bancários pedidos pelos dirigentes de cada um dos times a instituições bancárias, sempre com o Clube dos 13 como avalista. Agora, a entidade está sendo cobrada pelos valores e trabalha politicamente para que eles sejam pagos. Como a dívida é, na prática, da instituição, a demora para a definição do caso faz com que os juros sejam responsabilidade de todos os associados.

Apesar dos anúncios feitos no auge da disputa pelos novos contratos de direitos de transmissão com a Globo, ninguém deixou o C13. Pelo estatuto, um associado só pode deixar a entidade após uma assembleia-geral em que o tema seja votado. Desde a implosão do órgão, quando a Globo assinou individualmente com cada um dos dirigentes, isso nunca aconteceu.

VOCÊ SE LEMBRA O QUE FOI A IMPLOSÃO DO C13?

No primeiro semestre de 2011, o C13 negociava a renovação dos direitos de transmissão do Campeonato Brasileiro, mas exigia um processo de concorrência com envelopes fechados. Com medo de perder o contrato, a Globo estimulou os clubes a se rebelarem e negociou individualmente os valores até 2015, esvaziando a entidade de Fábio Koff politicamente.

A mobilização mais forte em torno do fim do C13 foi liderada pelo Corinthians, que participou de uma comissão que avaliou as finanças da entidade. Em um primeiro momento, quase todos os clubes tinham débitos que, ao todo, passavam de R$ 110 milhões e aos poucos foram sendo abatidos.

Com o passar do tempo, o patrimônio do Clube dos 13 foi desfeito. O escritório de São Paulo foi devolvido e a sede em Porto Alegre fechada. Empresas contratadas e todos os funcionários foram demitidos. Os únicos dirigentes que seguem envolvidos com a entidade são Fernando Carvalho e Fábio Koff, cartolas de Inter e Grêmio que são, respectivamente, vice e presidente do órgão.

A reportagem conversou com Fernando Carvalho, que confirmou as informações, mas preferiu não dar um prazo para que o imbróglio seja solucionado. “Qualquer declaração que eu vá dar nesse momento vai atrapalhar. Vamos resolver o problema e cada um vai seguir o seu caminho, não adianta eu falar”, disse o dirigente.