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Filme exalta fase perdedora do Santos e conta história esquecida dos 'Meninos da Fila'

Giovanni, um dos ícones do jejum santista, virou ídolo da geração que não viu títulos - Jorge Araújo/Folha Imagem
Giovanni, um dos ícones do jejum santista, virou ídolo da geração que não viu títulos Imagem: Jorge Araújo/Folha Imagem

Do UOL, em São Paulo

10/10/2012 10h00

Um filme recém-lançado está fazendo a torcida do Santos entender a força da expressão “você ainda vai rir disso um dia”. Dirigido pelo jornalista e aprendiz de cineasta Ciro Hamen, o documentário em curta-metragem “Meninos da Fila”, brinca com os 18 anos de derrotas, humilhações recordações absolutamente esquecíveis que o time do Rei Pelé viveu entre os anos 80 e 90.

O hiato de conquistas, a tal fila aludida no título do curta, vai do título Paulista de 1984 ao Brasileiro de 2002. Entre esses dois momentos, não houve nada o que se comemorar pelos lados da Vila Belmiro, exceto um ou dois títulos de menor escalão.

O que fazer nessa situação? Como ganhar aquela discussão no bar, na padaria, na escola? Os santistas da época agiam como muitos agem até hoje: apelam a Pelé e à história dourada que eles não viram.

“Meu pai me deu um livro, e eu tive que ler para ter argumentos na escola”, relata, hoje sorrindo, um dos torcedores entrevistados por Hamen.

Nessa época, enquanto o Santos era eliminado de tudo quanto era torneio de que participava, os santistas precisavam engolir os seus rivais sendo campeões brasileiros, da Libertadores, do Mundial de Clubes...

“Quem é santista da nossa idade [e passou pela fase negra], torce mesmo, de verdade, porque não tinha glamour nenhum”, diz um dos “meninos da fila.”

A lembrança mais dolorosa para esse pessoal, entre tantas, é o gol do meia Ricardinho na semifinal do Paulista de 2001. Faltando 30 segundo para o fim do jogo no Morumbi, o corintiano acertou um belo chute de esquerda e decretou a extensão da fila santista por mais alguns meses.

Ela só teria fim um ano depois quando a geração de Diego e Robinho levantou o título do Brasileiro sobre o comando de Emerson Leão.

Hoje, a torcida que vê de perto o melhor jogador brasileiro em atividade, que nos últimos três anos levantou seis títulos, pode querer esquecer aquela fase difícil. Mas quem cresceu e aprendeu a gostar do Santos nos maus momentos diz que agora valoriza mais os anos de glória.

O curta-metragem foi exibido e premiado em setembro em um festival que reuniu vários filmes sobre o clube.

Por enquanto, o filme está sendo vendido apenas em Santos na Millor Revistaria e Cybercafé. (Rua Marechal Deodoro, 7, no bairro do Gonzaga). O preço é R$ 10. Quem não mora na cidade pode mandar um e-mail para meninosdafila@gmail.com e consultar condições para o envio do DVD.