Topo

Zinho confirma rompimento entre Fla e Adriano e revela consulta a chefes de torcida

Zinho conversa com Anderson Macula, presidente da Raça Rubro-negra, no CT do Fla - Pedro Ivo Almeida/UOL
Zinho conversa com Anderson Macula, presidente da Raça Rubro-negra, no CT do Fla Imagem: Pedro Ivo Almeida/UOL

Pedro Ivo Almeida

Do UOL, no Rio de Janeiro

06/11/2012 17h49

Adriano não apareceu no Ninho do Urubu nesta terça-feira para explicar sua saída do Flamengo e coube ao diretor executivo de futebol do clube, Zinho, explicar e oficializar o desligamento do Imperador do rubro-negro. Sozinho diante dos jornalistas, o cartola confirmou a rescisão contratual do atacante e ainda revelou consulta a chefes de torcidas organizadas nos últimos dias após a nova série de polêmicas do jogador.

"Não preciso explicar muito. Pelas declarações, ele não é mais jogador do Flamengo. Ele mesmo se antecipou, via sua assessoria particular, e disse isso. Só achei que a maneira foi equivocada. Não gostei. Ele poderia ter vindo aqui antes e conversado. Mas é bom que encerra isso logo, acaba. A permanência ficou inviável. Estávamos desgastados com as faltas e indisciplinas", explicou o diretor.

Zinho ressaltou que o Flamengo fez de tudo para recuperar Adriano, que não soube aproveitar a oportunidade. "Mas o Flamengo sai dessa história com a cabeça tranquila. Fizemos tudo que podíamos. Tentamos recuperá-lo de todas as maneiras e conversamos com muitas pessoas sobre o caso. Eu mesmo conversei com os chefes da torcida, da Torcida Jovem e da Raça Rubro-negra. Falei com todos. Chegou a um limite", analisou Zinho.

E mesmo com seguidos deslizes do Imperador, Zinho ressaltou que ainda vem tentar recuperar Adriano, mas desta vez do lado pessoal. 

"Hoje, não contrataria o Adriano se fosse dirigente de outro clube. E não daria uma nova chance aqui no Flamengo. Mas ele pode mudar. O Adriano me disse que não vai parar de jogar, que vai tentar em 2013. Profissionalmente, acabou, não tem o meu apoio. Mas eu não vou desistir do ser humano Adriano", salientou. 

"Ele está escolhendo errado, e já falei isso para ele. Mas vou continuar perturbando, chamando atenção, pegando no pé dele. Não vou desistir no lado pessoal. Quero ver ele recuperado destes problemas emocionais", completou o dirigente.

A assessoria de imprensa de Adriano informou que problemas pessoais o atrapalharam na tarde desta terça. Por isso, ele não apareceu no clube para explicar o que o motivou a decidir voltar a jogar futebol somente em 2013. No início desta tarde, o jogador foi ao 9º Juizado Especial Criminal (Jecrim), na Barra da Tijuca, para participar de audiência em processo que responde pelo tiro que feriu a mão esquerda de Adriene Cyrilo Pinto em seu carro.

De acordo com a sua assessoria, Adriano acreditava não ter tempo para chegar ao centro de treinamento e explicar o que o motivou a tomar a decisão de deixar o Flamengo. A audiência no Jecrim terminou por volta de 13h45. Adriano teria tempo para chegar ao Ninho do Urubu e participar da coletiva de imprensa marcada pelo clube.

Com seguidas punições e deslizes em seu comportamento, Adriano deixa o Flamengo sem receber nenhum centavo a que teria direito pelos mais de 100 dias de contrato com o rubro-negro - cerca de R$ 150 mil (R$ 50 mil por mês) pelo período.

O clube desistiu de qualquer negociação para viabilizar um pagamento e manter seu contrato após a polêmica da última segunda-feira. Na ocasião, o Imperador quebrou um acordo verbal firmado com o clube e anunciou, por conta própria assessoria de imprensa, que não jogaria neste ano e só voltaria ao futebol em 2013.