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Tumor mata Aldivan, lateral famoso por ter sido agredido com barra de ferro

Alexandre Carioca, do Águia,  segura uma barra de ferro para agredir Aldivan, do Remo - Antonio Cicero/Fotoarena
Alexandre Carioca, do Águia, segura uma barra de ferro para agredir Aldivan, do Remo Imagem: Antonio Cicero/Fotoarena

Do UOL, em São Paulo

15/11/2012 11h31

O lateral-esquerdo Aldivan morreu nesta quinta-feira aos 36 anos em decorrência de um tumor maligno no cérebro. O jogador que teve passagens pelo Remo, Paysandu, Sampaio Correa e Fortaleza estava internado há quase um mês no hospital Beneficente Portuguesa, em Belém.

BAND: COM TUMOR NO CÉREBRO, ALDIVAN MORRE AOS 36 ANOS

Aldivan sentiu os primeiros sintomas da doença no dia 17 de outubro. Ele foi inicialmente diagnosticado como tendo sofrido um Acidente Vascular Cerebral (AVC) e o tumor só foi detectado dias depois. O progresso da doença foi rápido e, nas últimas semanas, o jogador estava em coma. Seu corpo será levado ao Maranhão para o funeral.

O atleta maranhense ganhou projeção no início deste ano, quando foi agredido nas costas com uma barra de ferro durante partida entre Águia de Marabá e o Remo. Aldivan decidiu não prestar queixa contra para não prejudicar a carreira do adversário Alexandre Carioca após o agressor pedir perdão na delegacia, junto com seus filhos.

O delegado falou que, por ser flagrante, ele iria ficar preso. Mas tinham duas crianças chorando. Me comovi com isso

“Na hora que eu estava na delegacia, fui com a intenção de prestar queixa. Ele (Carioca) veio com dois filhos e a mulher pedindo para não prestar porque isso iria acabar com a carreira dele”, havia dito Aldivan ao UOL Esporte. “O delegado falou que, por ser flagrante, ele iria ficar preso. Mas tinham duas crianças chorando. Me comovi com isso”.

A agressão aconteceu no meio de uma confusão generalizada entre jogadores de Remo e Águia, em partida válida pela semifinal do primeiro turno do Campeonato Paraense. Aldivan estava abaixado arrumando seus meiões quando foi atingido por Carioca.

“O cara foi com a intenção de fazer o pior comigo e eu nem estava fazendo parte da briga”, afirmou Aldivan, que já atuou ao lado de Carioca no Paysandu, em 2010. “Nunca tive rixa. Ele falava que era meu amigo, mas não tem amizade com quem faz isso”.

Aldivan, por outro lado, optaria por uma pena mais branda se o caso dependesse dele. “Acabar com a carreira prejudicaria sua família e isso eu não quero para ninguém. Com uma punição de alguns jogos ele poderia refletir sobre o que fez”, explicou na época o atleta.