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Estudante agredida pela polícia no Paraná faz exame e diz ter áudio do ataque sofrido

Do UOL, em São Paulo

20/11/2012 12h19

A estudante Ana Paula de Lima, de 18 anos, agredida por policiais do Bope (Batalhão de Operação Policiais Especiais) do Paraná fim de semana, fez um exame de corpo de delito na última segunda-feira. Torcedora do Coritiba, ela foi abordada de maneira violenta por oficiais que foram gravados. Além das imagens feitas por uma amiga, Ana Paula diz ter o áudio do ocorrido.

A agressão aconteceu no último sábado, quando torcedores do Coritiba fizeram uma “caminhada pela paz” a caminho do estádio Couto Pereira. Alegando ter sido convocada para conter denúncias de desordem e vandalismo, a Polícia Militar decidiu acompanhar os manifestantes. Segundo Ana Paula, a abordagem dos oficiais foi violenta.

CONFIRA AS IMAGENS DA AGRESSÃO SOFRIDA PELA ESTUDANTE NO PARANÁ

“Como fui a primeira a chegar posso garantir que não houve nenhum excesso. Foi aí que eu pensei: ‘Não vou deixar isso quieto’. Eu peguei meu celular e comecei a gravar”, disse a estudante ao jornal Gazeta do Povo.

Foi por isso que ela teria sido agredida pelo Bope. Nas cenas feitas por uma amiga, ela é levada para o que parece ser a entrada de uma loja fechada, afastada do restante dos manifestantes, onde é prensada de maneira violenta. Os policiais tentam revistá-la e batem sua cabeça contra a porta de alumínio.

Neste momento, a amiga que filmava é abordada por outro policial, que pede para que ela pare de filmar. Enquanto isso, Ana Paula seguia com os oficiais, que queria que ela entregasse o próprio celular, com o qual filmou o início da confusão.

“O PM ficou dizendo ‘acho que vou ter que quebrar um celular hoje’, insistindo para eu entregar meu aparelho para ele. Dois deles vieram arrancar o telefone da minha mão, à força, e não conseguiram”, contou Ana Paula, que diz ter conseguido salvar o celular colocando ele dentro da calça, o que teria irritado os oficiais e iniciado as agressões.

Ainda de acordo com a Gazeta do Povo, Ana Paula sofreu escoriações nos ombros, joelhos e lábios e está com dores no peito. Ela diz ter conseguido gravar o áudio da discussão com os policiais e cogita processá-los por agressão física e assédio moral. A reportagem do UOL Esporte procurou o Bope-PR, que não se pronunciou até o fechamento da reportagem.