Staff avisa que Neymar não "abre mão" da seleção, e Santos ignora protesto de conselheiros

O excesso de convocações do atacante Neymar para a seleção brasileira nesta temporada continua rendendo polêmicas na Vila Belmiro. Após o presidente Luis Álvaro de Oliveira Ribeiro cogitar pedir a dispensa do craque em convocações da seleção, o UOL Esporte apurou que o staff do jogador avisou a cúpula santista que, sempre que convocado, Neymar faz questão de ser liberado para defender o Brasil.

O recado do staff influenciou para que o Comitê Gestor do Santos ignorasse o protesto do Conselho Deliberativo. Na última quinta-feira, um grupo de conselheiros apresentou 52 assinaturas para tentar discutir o assunto em reunião extraordinária na Vila Belmiro. Porém, a comissão estatutária negou o pedido e interrompeu a reunião.  

“Cerca de 50 conselheiros fizeram o pedido para que os jogadores do Santos fossem liberados para a seleção brasileira em convocações apenas com o aval do Conselho Deliberativo, mas a Comissão Estatutária recusou o pedido”, afirmou o vice-presidente do Santos, Odílio Rodrigues.

O dirigente nega ter recebido qualquer pedido feito pelo staff de Neymar sobre as convocações para a seleção brasileira, mas enfatiza que todo jogador deseja defender o Brasil. Por conta disso, a cúpula santista considera inviável atender a solicitação dos conselheiros.

“Sobre Neymar ou família, nunca falaram sobre o assunto conosco, mas todo o jogador sonha em defender a seleção brasileira”, explicou. O UOL Esporte tentou, sem sucesso, contato com o staff de Neymar para falar sobre o assunto.

Os conselheiros que pediram a reunião extraordinária alegam que fizeram o pedido com a intenção de ajudar o presidente Luis Álvaro em relação às seguidas convocações de Neymar.

Na semana passada, em participação no programa Cartão Verde, o mandatário defendeu o jogador fora do time nacional, já que ele demonstrou que não precisa mais ser testado.

“As convocações são para testar os jogadores. O Neymar não precisa ser mais testado. O Santos já mandou carta pedindo sua dispensa, mas não foi atendido. Mas há muita pressão política, pressão pelo cargo do treinador”, disse Laor.

Além do pedido negado, os conselheiros acreditam que a mesa diretiva do Conselho Deliberativo cometeu equivoco ao aceitar o pedido de convocação da reunião extraordinária sem o parecer da comissão estatutária.