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Aposentado, William Capita ganha a vida dando conselhos financeiros a boleiros

Ex-zagueiro William em visita ao UOL Esporte para o programa "Papo Reto", com Neto, em setembro - Flavio Florido/UOL
Ex-zagueiro William em visita ao UOL Esporte para o programa "Papo Reto", com Neto, em setembro Imagem: Flavio Florido/UOL

Gustavo Franceschini

Do UOL, em São Paulo

02/12/2012 06h00

William Machado, o “Capita”, surgiu com destaque no futebol brasileiro em 2006, quando foi para o Grêmio. No fim de 2010, já no Corinthians, aposentou-se e poderia engrossas a extensa lista de ex-jogadores que saem dos noticiários. Só que, participativo e esclarecido, segue sendo lembrado para trabalhos publicitários, já fez seus bicos como comentarista e hoje ganha a vida dando conselhos financeiros a boleiros do Brasil e do exterior.

A ideia é relativamente simples. O ex-zagueiro procura os colegas de profissão para oferecer seus serviços. Ele cursou seis anos de Ciências Contábeis em suas andanças pelo país como jogador profissional. Não chegou a se formar, mas consegue explicar, na linguagem dos boleiros, as melhores opções do mercado financeiro para os atletas, que normalmente ganham bem, mas não sabem investir e aumentar o patrimônio.

“Acho que a minha vantagem nesse meio é que eu consigo traduzir a linguagem do mercado financeiro, que é específica e complicada”, disse William, em entrevista ao UOL Esporte.

BRIGA COM D’ALESSANDRO AINDA REPERCUTE

Junior Lago/UOL
Questionado sobre o momento mais marcante de sua passagem no Corinthians, William diz que é lembrado sempre pela festa do Paulistão de 2009, quando pegou fogo em cima do palco da conquista. No mesmo ano, porém, se envolveu na polêmica expulsão de D’Alessandro na Copa do Brasil, quando correu provocando o argentino, que tentava agredi-lo.

“Até hoje me encontram e dão parabéns pela minha atitude de não ter brigado. Mas sempre falam que se fossem eles não teriam se segurado não”, diz William, aos risos.

Só que o trabalho de consultoria não foi o único do ex-zagueiro desde que ele deixou os gramados pelo Corinthians, em 2010. Desde então, ele se arriscou como gerente do clube, saiu do cargo por uma divergência com a direção e passou alguns meses na Europa aprimorando seu inglês.

Mais adiante, ele aceitou comentar os Jogos Olímpicos de Londres 2012 pelo Bandsports. Ocasionalmente, ainda aceita acordos publicitários como o da Gillette, que há duas semanas o levou a Dubai, nos Emirados Árabes, para um evento de futebol de areia com a seleção brasileira da modalidade, Anderson Silva e Bruno Senna.

“Minha ideia não é ser garoto-propaganda de nada, mas eu aceito coisas que me acrescentam em algo. Eu já tinha me programado para ir a Londres ver os Jogos, por exemplo, aí veio o convite e eu aceitei. Agora, a ida para os Emirados me daria a chance de falar com jogadores que estão por lá para oferecer os serviços de consultoria”, disse William.

A relação constante com jogadores em atividade faz com que ele não se distancie dos clubes pelos quais passou, especialmente o Corinthians. “Eu ainda sou amigo do grupo que sentava comigo na mesa do refeitório. Falo muito com Paulo André, Chicão, Alessandro, Ralf e vários outros”, diz William. O único tem proibido, nestes casos, é o futebol.

“Eles já sofrem uma pressão tão grande no dia-a-dia que tudo o que eles não querem é ouvir sobre o Mundial quando a gente conversa. Então eu evito”, completou o jogador, que diz “torcer pelos amigos” e não sabe se estará no Japão quando o Corinthians tentar a sonhada conquista.