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No "Papo Reto", Marcelinho detona Luxemburgo e diz que religião o tirou de Copa do Mundo

Marcelinho Carioca foi o convidado do Papo Reto, apresentado pelo ex-jogador Neto - Leandro Moraes/UOL
Marcelinho Carioca foi o convidado do Papo Reto, apresentado pelo ex-jogador Neto Imagem: Leandro Moraes/UOL

Do UOL, em São Paulo

06/12/2012 21h42

Um dos maiores ídolos do Corinthians, Marcelinho Carioca abriu o coração em entrevista no Papo Reto, apresentado por Neto, nesta quinta-feira. Durante o papo de quase uma hora, o 'Pé de Anjo', como ficou conhecido, fez revelações inéditas, detonou o desafeto Vanderlei Luxemburgo e diz acreditar que o fato de ser envolvido com a religião atrapalhou sua trajetória na seleção brasileira. 

"(Fui injustiçado) nas Copas de 94, 98 e 2002. (...) Eu deixei muita gente confusa, pois as pessoas achavam que ou eu era maluco, ou marqueteiro, ou falso. Eu falava de evangelho, de religião, colocava faixinha na cabeça, e em campo meu comportamento era diferente. Mas fora ninguém tem uma p.... para falar de mim. Como pai, como filho, etc", desabafou o ex-jogador, hoje com 40 anos.


Outro fator apontado por ele para ter saído da seleção que posteriormente iria à Copa de 2002 foi a péssima relação que tinha com Vanderlei Luxemburgo, que o treinou no Corinthians, em 2001, quando entraram em atrito e desde então nunca mais se resolveram. Na época, um problema envolvendo o meia Ricardinho expôs a relação conturbada entre o camisa 7 e o treinador e culminou na saída de Marcelinho do clube.

"O Ricardo não é o que falavam, o 'leva e traz'. Eu falei demais na época. Uma situação que era interna, falei para um cara, que levou para o Nelson Rubens e ele falou na televisão. O Ricardo é sensacional, merece respeito. Ele não fez sacanagem nem trairagem. O Vanderlei fez aquilo. Ele quis denegrir minha imagem, tentou me f... de verde e amarelo", relembrou o ex-meia. "Aí tirei o Ricardo do foco. Falei que a parada era entre eu e ele (Luxemburgo). Fui pra cima dele, falei que em 1998 eu peguei a mulher que ele queria, cheguei fora do horário no hotel", confessou.

A rixa entre os dois se prolongou por mais alguns anos e, em 2007, eles chegaram a ter um bate-boca público, em um programa de televisão, quando Marcelinho atuava como comentarista da Rede Tv. Luxa o insultou ao vivo e chegou até mesmo a dizer que o ex-camisa 7 havia sido flagrado com mulheres na concentração entre 1998 e 2002, quando trabalharam juntos no Corinthians. 

Marcelinho, então, entrou com um processo na justiça contra seu ex-técnico e, em 2009, Luxemburgo foi obrigado em primeira instância a pagar cerca de R$ 75 mil ao jogador. Neste ano, as farpas voltaram, quando o treinador foi demitido do Flamengo, em fevereiro. Pelas redes sociais, o corintiano alfinetou seu desafeto.

"Todos estão errados e o Luxa o único certo. Quando a briga é com 1 só a gente não acredita, com 2 a gente duvida e com vários?", criticou.

O programa "Papo Reto com Neto" vai ao ar todas as quintas-feiras, às 17h.

SONHO DE PASTOR DEIXOU MEIA 'MUDO' DURANTE FINAL DO BRASILEIRÃO

  • Marcelinho revelou uma curiosa história de sua passagem pelo Corinthians. Pouco antes da primeira partida da final do Brasileiro de 1999, contra o Atlético-MG, um pastor próximo a ele revelou que tinha sonhado com a expulsão do meia no jogo, e pediu que o jogador ficasse 'mudo' em campo. Marcelinho 'obedeceu' e o time sentiu falta da vibração do camisa 7. No vestiário, Vampeta, líder do grupo, tentou conversar e descobrir o que estava acontecendo. O Pé-De-Anjo revelou apenas no jantar após a partida o sonho que o pastor tinha tido e que o assustou.

EM 95, FALHA, CHORO, CONSOLO DE RONALDO E GOLAÇO CONTRA O PALMEIRAS

  • No Paulistão de 1995, em um clássico contra o Palmeiras, Marcelinho falhou e, na sequência, viu os rivais abrirem o placar. Na arquibancada, torcedores começaram a xingar seus familiares. A situação abalou o meia. No intervalo, ficou isolado durante alguns minutos no banheiro. Até que o então goleiro Ronaldo o chamou, deu um abraço e falou: "ele vai decidir hoje". E Marcelinho, de fato, decidiu. Fez dois gols, sendo um deles um golaço de falta, e garantiu a vitória para o Corinthians, quebrando um incômodo jejum de não conseguir marcar no arquirrival paulista.