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Grêmio inaugura Arena com 'abertura de Olimpíada à moda Gaúcha' e emociona torcida

Cerimônia teve hino gaúcho, show do Blue Man e homenagem aos ex-atletas - Lucas Uebel/Divulgação/Grêmio
Cerimônia teve hino gaúcho, show do Blue Man e homenagem aos ex-atletas Imagem: Lucas Uebel/Divulgação/Grêmio

Marinho Saldanha e Jeremias Wernek

Do UOL, em Porto Alegre

08/12/2012 21h44

O evento de inauguração da Arena do Grêmio fez a ligação do passado com o futuro do clube, do nativismo gaúcho, que às vezes beira o bairrismo, com a modernidade e a nacionalização. Em analogia ao que o clube quer para o futuro: não abandonar a tradição, mas entrar em uma nova era de crescimento, o espetáculo arrancou aplausos dos aficionados. Tudo lembrou muito uma abertura de Olimpíada, mas à moda gaúcha.

Com cerca de 40 minutos de atraso, o evento teve início. Uma falha de comunicação na entrada dos torcedores atrapalhou o cronograma. Mas os aficionados em nada se preocuparam com isso. Aproveitando o novo e moderno estádio do clube, esperaram pacientemente.

FORMAÇÃO DA BANDA COM O NOME DO GRÊMIO EMOCIONOU TORCEDORES


A festa começou antes. Uma bandeira vermelha foi arrancada da arquibancada, iniciando os atos de celebração. Os presentes já gritavam tal qual quando ocorre um gol do Grêmio. O hino Rio-Grandense foi entoado pela primeira vez. À capela.

Logo em seguida, contagem regressiva de fotos, show de fogos, vídeos no telão, a cada surpresa um aplauso ou sentimento diferente. Homenagens ao estádio Olímpico, Lupicínio Rodrigues, autor do hino gremista, show do Blue Man Group. Tudo ligando o novo estádio aos torcedores.

Mas o ponto alto ocorreu perto das 21h. Renato Borghetti tocou o hino gaúcho na gaita acompanhado pela Banda Marcial dos Fuzileiros Navais. Logo em seguida, uma imensidão de bailarinos entrou no campo. Ao som de músicas tradicionais do Rio Grande do Sul, só que com roupagem mais modernas, dançaram a chula e outras canções do Estado.

Em seguida, um mosaico foi formado pelos mesmos bailarinos. Além da bandeira do clube, a frase "Grêmio, Arena, Nada pode ser maior", arrancou aplausos de todos. Iluminados por luzes que partiam de dentro do estádio, os bailarinos mostraram a ideia de unir passado e futuro do clube.

O próximo passo foi a primeira 'ola' da Arena. Orientados pelo sistema de som, os torcedores deixaram de ser meros espectadores e entraram no espetáculo. O estádio 'veio abaixo' extravasando o sentimento gremista.

Após nova participação do Blue Man Group, foi o momento de gols históricos. André Catimba no Gre-Nal de 77, Baltazar no Brasileirão de 1981, Anderson na Batalha dos Aflitos em 2005, Cuca na Copa do Brasil de 1989, Nildo na Copa do Brasil de 1994, Carlos Miguel na Copa do Brasil de 1997, Marcelinho Paraíba na Copa do Brasil de 2001, Aílton no Brasileirão 1996, César na Libertadores de 1983, Dinho na Libertadores de 1995 e Renato Gaúcho no Mundial de 1983. Todos batizados por 'avalanches' da torcida.

Lágrimas correram de incontáveis rostos. Abraços, celebrações. Parecia que cada gol havia ocorrido agora, não no passado. Em seguida, a entrada de jogadores históricos. Danrlei, Arce, Anchieta, Baidek, Roger, Emerson, Carlos Miguel, Tcheco, Tarciso, Jardel, De León e Milton Kuele. Eurico Lara, goleiro do passado, também foi lembrado com uma bandeira.

"Expliquem lá fora como um clube conseguiu erguer este estádio em dois anos. Aqui vamos ganhar tudo! Vocês vão ganhar a Libertadores. Vamos chorar de alegria muitas e muitas vezes aqui. Aqui vamos ganhar tudo! Vamos tomar conta do mundo", discursou o presidente Paulo Odone, peça-chave na construção da Arena.

Ao fim, a fita foi cortada, a Arena estava devidamente inaugurada e esperava os jogadores de Grêmio e Hamburgo para ter o primeiro jogo no gramado.