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Torcedores do Grêmio brigam entre si e mancham a inauguração do novo estádio

Polícia deteve cinco torcedores após confusão no jogo inaugural da Arena do Grêmio - Jefferson Bernardes/AFP
Polícia deteve cinco torcedores após confusão no jogo inaugural da Arena do Grêmio Imagem: Jefferson Bernardes/AFP

Jeremias Wernek e Marinho Saldanha

Do UOL, em Porto Alegre

09/12/2012 01h52

Estádio novo, mas com rotina velha. No meio da festa pela inauguração da Arena, setores da torcida Geral do Grêmio entraram em conflito. Cenas de violência entre gremistas, intervenção policial tardia e vaia do resto dos presentes. Uma mácula no primeiro dia de existência oficial da nova casa.

  • LUCAS UEBEL/GREMIO FBPA

    Arena é lugar de guerreiro. Neste sábado, o novo estádio do Grêmio foi inaugurado respeitando tal afirmação. Chamado de 'Guerreiro Imortal', André Lima foi o autor do primeiro gol, aos 9 minutos

A briga começou pouco depois dos 20 minutos do primeiro tempo. A troca de socos e chutes criou um clarão no único setor da Arena sem cadeiras. Local projetado exatamente para permitir a presença da Geral e seus grupos dissidentes. Tornando viável a avalanche após os gols.

A confusão roubou a cena na primeira etapa. Dentro das quatro linhas os jogadores olhavam para a torcida. O goleiro do Hamburgo, Drobny, colocado bem perto do setor da briga, mirava os desdobramentos. E eles foram muitos.

Os baderneiros ficaram quase 10 minutos entre briga e discussão. O policiamento só foi aparecer depois do apito para o intervalo. Foi quando o restante do estádio partiu para as vaias. Reprovação total.

“É uma pena ver os torcedores fazerem isso. É a nossa própria torcida contra ela mesma. Ao invés desse tipo de coisa deveriam nos apoiar, que é o que sabem fazer de melhor”, disse o meia Elano antes de ir para o vestiário. “Ei, Geral! Vai tomar no c...”, gritaram os demais torcedores presentes no estádio.

A briga foi reiniciada no intervalo, logo após o Batalhão de Operações Especiais da Brigada Militar retirar cerca de quatro envolvidos na confusão inicial. Ao tentar voltar para conter o novo problema, policiais foram agredidos. Até instrumentos musicais foram usados no confronto direto envolvendo torcedores e os brigadianos.

Na etapa final, sem os setores da organizada, o grito constante parou. A Arena do Grêmio chegou a ter momentos de silêncio completo que só foi quebrado com o esforço de outros torcedores comuns.

O reflexo da briga pode ser grande. O poder público já havia ameaçado proibir a avalanche com a colocação de cadeiras no espaço destinado para a Geral do Grêmio. O clube conseguiu reverter o quadro alegando haver segurança e propôs a inauguração do estádio justamente como teste.