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Marcos dá adeus e deixa Palmeiras sem vínculos com última era de vitórias

Marcos agora curtirá família e deixa futebol dentro dos campos completamente de lado - Leonardo Soares/UOL
Marcos agora curtirá família e deixa futebol dentro dos campos completamente de lado Imagem: Leonardo Soares/UOL

Danilo Lavieri

Do UOL, em São Paulo

11/12/2012 07h02

Marcos despede-se oficialmente dos gramados nesta terça-feira, no Pacaembu, em jogo entre times inspirados no Palmeiras campeão da Libertadores em 1999 e na seleção pentacampeã de 2002. A partida começa às 22h (horário de Brasília) e terá acompanhamento pelo Placar UOL Esporte

Muito além da saudades que Marcos provoca na torcida desde 17 de setembro de 2011, no seu último jogo oficial pelo Palmeiras, o eterno camisa 12 abre uma lacuna difícil de ser preenchida. O jogo no Pacaembu tira do torcedor palmeirense sua última ligação com uma era de títulos do clube.

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Criado nas categorias de base do Palestra Itália, Marcos fez 532 partidas com a camisa alviverde e esteve em algumas das maiores conquistas da equipe. Em 1994, por exemplo, ele era o terceiro goleiro do tetracampeonato brasileiro. De lá para cá, ele ainda esteve em outros títulos no banco de reservas - Paulista-96, Copa do Brasil-98 e Mercosul-98, mas estrelou, mesmo, a Libertadores de 1999.

Foi naquela competição que o goleiro se consagrou como "São Marcos". Um ano depois, Marcos eternizou seu nome na história palmeirense ao defender o pênalti de Marcelinho Carioca, ídolo do eterno rival Corinthians, na semifinal da Libertadores-2000. Em 2002, veio a glória mundial, com o título do pentacampeonato pela seleção brasileira.

Quis o destino, ou Deus, como prefere definir o próprio goleiro, que no mesmo ano o Palmeiras caísse à Segundona. E foi lá que Marcos cravou de vez seu nome como ídolo histórico do clube, ao recusar uma proposta do Arsenal, da Inglaterra, para disputar a Série B com êxito.

Depois, Marcos começou a entrar no mesmo contexto da derrocada palmeirense. Sem conseguir defender bons times, sofrendo como torcedor na maioria dos fracassos, o ex-goleiro teve raros momentos de alegria, como no Paulista de 2008.

Foi comemorar outro título nacional apenas quando se aposentou, no título da Copa do Brasil deste ano. Mesmo assim, o ano terminou em tragédia com uma nova queda do Palmeiras à Série B. Não é à toa que o Santo brincou na sua última coletiva: “Já peguei cada barca furada. Ainda bem que me aposentei!”.

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Além de ser o último jogador de uma época vitoriosa, Marcos também deixa vago o posto de ídolo incontestável. O goleiro poderia falhar de qualquer forma, e seu nome seguia em alta com a torcida, inclusive pela autenticidade na hora de falar.

Se a figura de ídolo não pode mais servir para os torcedores dentro de gramado, o camisa 12 assumiu o posto de embaixador do time. Tentando usar sua imagem, ele segue somando discípulos pelo país e tenta fazer o torcedor relevar a falta de vitórias do Palmeiras.

Não é à toa que a diretoria espera no jogo de adeus de Marcos a maior arrecadação de sua história em um evento esportivo. São mais de R$ 2 milhões que devem ser arrecadados só com a bilheteria do jogo. Cerca de 35 mil pessoas devem estar no Pacaembu.

Quem ocupa o espaço?

Dentro de campo, o torcedor já tentou diversos nomes para chamar de ídolo. Vagner Love, Valdivia e Kleber são exemplos de nomes que chegaram a entrar rapidamente na galeria de ídolos, mas acabaram provando o ditado de que amor e ódio andam lado a lado. Marcos Assunção chegou até a ocupar o cargo de líder e a ser ídolo de alguns, mas não conseguiu a unanimidade. Hernán Barcos é o que caminha mais perto para isso.

O argentino marcou 28 gols na temporada, fez milhões de palmeirenses o imitarem com o símbolo do pirata, mas fez alguns colocarem o pé atrás. Sua coletiva dizendo que ele ainda não sabia o que fazer por causa da Série B fez palmeirenses ficarem apreensivos e esperarem a bola rolar em 2013 para ter certeza que El Pirata não largará o barco afundando. Assim como São Marcos fez em 2003.

FICHA TÉCNICA

PALMEIRAS 1999 X BRASIL 2002
Local:
Estádio do Pacaembu, em São Paulo (SP)
Data: 11 de dezembro de 2012, terça-feira
Horário: 22 horas (de Brasília)
Árbitro: Ana Paula de Oliveira

PALMEIRAS 1999: Marcos; Arce, Cléber, Roque Júnior e Júnior; Galeano, César Sampaio, Paulo Nunes e Alex; Oséas e Edmundo
Técnico: César Maluco

BRASIL 2002: Dida; Cafu, Antônio Carlos, Edmílson e Roberto Carlos; Juninho Paulista, Ricardinho, Edílson e Rivaldo; Luizão e Ronaldo
Técnico: Luiz Felipe Scolari


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