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Botafogo diminui jogos no Engenhão e prevê aumento de eventos e receita em 2013

Botafogo quer aumentar receita: previsão de menos jogos e mais shows no Engenhão - Zulmair Rocha/UOL
Botafogo quer aumentar receita: previsão de menos jogos e mais shows no Engenhão Imagem: Zulmair Rocha/UOL

Bernardo Gentile

Do UOL, no Rio de Janeiro

26/12/2012 06h07

Após o título carioca conquistado pelo Botafogo, o Maracanã fechou para receber as obras para a Copa do Mundo de 2014. Assim, o Engenhão passou a ser a principal casa dos times cariocas e teve seu campo castigado e criticado pelo excesso de jogos. Para 2013, a diretoria do Alvinegro mudará a estratégia: diminuirá a quantidade de partidas e aumentará o número de eventos.

Com essa tática, o Botafogo aumentará sua receita com o estádio e, de quebra, pretende melhorar a qualidade do gramado. O aluguel do Engenhão rende pouco mais do que R$ 5 mil ao Glorioso, que lucra muito mais com eventos pontuais, como shows internacionais. Na apresentação de Paul McCartney, por exemplo, o Alvinegro recebeu R$ 80 mil – 16 vezes a mais que um jogo comum.

BOTA ADMITE PERDER DESTAQUES, MAS DESCARTA REFORÇAR RIVAIS CARIOCAS

  • Apesar de não ter conquistado um título, a temporada do Botafogo serviu para valorizar alguns atletas. Com contratos longos, esses jogadores só deixarão o clube caso uma outra equipe negocie com o Alvinegro e faça um bom investimento financeiro. A diretoria até admite perder alguns desses destaques para 2013, mas descarta vendê-los para os coirmãos e, consequentemente, reforçar os rivais cariocas

“O excesso de jogos no Engenhão prejudica duplamente o Botafogo. Além de castigar o nosso gramado, não podemos alugar o estádio para grandes eventos, que dão um lucro muito maior que uma simples partida. Não tem como comparar. Em 2013 vamos continuar a receber confrontos de Flamengo e Fluminense, mas com moderação. Temos outros interesses também”, disse o diretor executivo do Engenhão, Sérgio Landau, ao UOL Esporte.

Em 2012, o UFC escolheu São Paulo como alvo, mas não conseguiu fazer o evento na maior cidade brasileira. Assim, o Rio de Janeiro voltou a pauta e o Engenhão era o favorito para receber a edição 147, com a participação do brasileiro Wanderlei Silva. Entretanto, a data era a mesma da final da Libertadores e, na época das negociações, o Fluminense ainda tinha a possibilidade de disputá-la. Por conta disso, a diretoria abriu mão do evento, que foi parar em Belho Horizonte.

“Ter Flamengo e Fluminense no Engenhão é bom para o Botafogo, claro. Mas tem um lado negativo também. Neste ano perdemos o UFC porque seria na mesma data da final da Libertadores e o Fluminense poderia estar nela. E aí? O que o Fluminense paga, por exemplo, não chega nem perto do que ganharíamos nesse evento”, afirmou o dirigente.

Para a próxima temporada, o Maracanã será reaberto e o Botafogo perderá grande parte da receita oriunda de Fluminense e Flamengo. O presidente Maurício Assumpção minimiza a questão e diz que o Engenhão conseguirá se sustentar sem a ‘ajuda’ dos rivais.

“O Maracanã para mim é ótimo. Um show como o Paul [McCartney] nos dá mais renda do que cinco clássicos. Não perderemos nada. Essa reestruturação que fizemos no futebol era coisa de vida ou morte. Conseguiremos viver muito bem sem Flamengo e Fluminense a partir de 2013”, finalizou.