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Temporada do Cruzeiro termina com sabor de fracasso e promessa de time forte em 2013

Celso Roth conviveu com críticas e não conseguiu levar o Cruzeiro à Libertadores - Leonardo Soares/UOL
Celso Roth conviveu com críticas e não conseguiu levar o Cruzeiro à Libertadores Imagem: Leonardo Soares/UOL

Gabriel Duarte

Do UOL, em Belo Horizonte

29/12/2012 06h00

A temporada 2012 foi de poucas alegrias para o Cruzeiro. Salários atrasados, carta aberta de jogadores ao presidente, contratações equivocadas e relações estremecidas com treinadores culminaram para o fracasso celeste nas competições disputadas. O fim de ano, entretanto, dá um alento aos torcedores com a contratação de Diego Souza e a promessa de uma equipe capaz de “brilhar” em 2013.

ELIMINAÇÕES E CAMPANHA IRREGULAR

  • Washington Alves/Vipcomm

    Presidente Gilvan de Pinho Tavares enfrentou crise financeiro no início da temporada e atrasou o pagamento de salários de funcionários e atletas

  • Washington Alves/Vipcomm

    Vágner Mancini não resistiu às eliminações nas semifinais do Mineiro e nas oitavas de final da Copa do Brasileiro e foi demitido pela diretoria celeste

  • Ramon Bitencourt/Vipcomm

    Com campanha irregular no Campeonato Brasileiro, o time celeste terminou a competição em nono lugar e ficou fora da briga por vaga na Libertadores

A atual temporada começou ainda com o sentimento de alívio, pelo fato de o Cruzeiro ter escapado do rebaixamento na última rodada do Campeonato Brasileiro, em 2011, quando goleou o rival Atlético-MG por 6 a 1. A nova diretoria, presidida por Gilvan de Pinho Tavares, recebeu o clube sem dinheiro em caixa.

Com a saúde financeira em baixa, o clube celeste atrasou o salário dos jogadores e o mandatário celeste deu uma declaração polêmica. “Não podemos adiar, os atletas ganham muito pouco, essa miséria que ganham, faz falta danada, se atrasar três, quatro dias para eles”, ironizou Gilvan Tavares, na época.

Os jogadores entregaram uma carta de repúdio à diretoria celeste, que admitiu o erro. O Cruzeiro contratou 13 atletas. Mas nenhum caiu nas graças da torcida. A maioria deixou a Toca da Raposa no final do primeiro semestre, caso dos atacantes Walter e Fábio Lopes, do lateral Gilson e do volante Rudnei.

Os primeiros seis meses foram de amargura para o torcedor. A equipe celeste foi eliminada pelo América-MG nas semifinais do Campeonato Mineiro e pelo Atlético-PR nas oitavas de final da Copa do Brasil. Os maus resultados culminaram na saída do técnico Vagner Mancini e na reformulação do grupo para o Campeonato Brasileiro.

Com receio de lutar novamente contra o rebaixamento, o Cruzeiro apostou em jogadores experientes para a competição nacional, caso do volante Tinga, do lateral direito Ceará e do atacante Borges. Além disso, contratou o técnico Celso Roth, que chegou com a missão de colocar “ordem na casa”.

O treinador não conseguiu alcançar o objetivo de classificar o Cruzeiro à Libertadores, ao terminar o Brasileirão em 9º lugar, e sofreu com críticas de torcedores e dos próprios dirigentes celestes. Por diversas vezes, Celso Roth trocou farpas com o presidente e, antes que o Brasileiro terminasse, confirmou que não permaneceria.

Os jogadores contratados pelo clube celeste também não renderam o esperado e muitos não devem permanecer para 2013, caso do volante Sandro Silva, que está a caminho do Vasco, e do zagueiro Rafael Donato, que pode ser envolvido em uma negociação com o Criciúma.

Agora, sob o comando de Marcelo Oliveira e com a contratação do armador Diego Souza, o Cruzeiro promete um time capaz de “brilhar” na próxima temporada. O principal objetivo do clube é conquistar uma vaga na Libertadores.

Além disso, o clube alimenta a esperança de aumentar suas arrecadações com a reabertura do Mineirão, que ficou dois anos e meio fechado para ser reformado para a Copa do Mundo de 2014. O Cruzeiro já fez um acordo para mandar suas partidas no estádio e espera que o programa de sócio-torcedor possibilite o investimento no futebol.