Guiñazu se despede com homenagem do Inter, festa da torcida e abraço no time inteiro

Guiñazu deixou o Internacional comprovando sua idolatria. O volante se despediu do clube gaúcho na manhã deste sábado com festa da torcida no CT do Parque Gigante e abraço nos demais jogadores. Um clima de despedida, mas sem tristeza. A comoção deu lugar ao agradecimento maciço. De malas prontas para voltar ao Libertad, do Paraguai, o argentino admitiu que abriu mão de dinheiro ao sair do Colorado.

“O Inter me deu e me ensinou muito. É um dia muito difícil, muito complicado. Estou muito triste por sair do clube, por deixar muitos amigos”, disse o volante. “O que vivenciei aqui dentro não vai acontecer nunca mais, vou contar sempre aos meus filhos e netos”, completou.

Antes da entrevista coletiva, Guiñazu foi ao gramado principal do CT. Cruzou com os ex-colegas e trocou abraços. Cumprimentou um a um. Brincou com Índio, um dos jogadores com mais títulos na história do Inter. Sem a roupa de treino, calçando chinelos, voltou para o vestiário para o último adeus.

“O ser humano tem etapas, momentos. Você tem filho pequeno, depois maior. Com casamento mais estável ou não. A pessoa vai mudando. Mas quando o Libertad me procurou ontem [sexta-feira], foi rápido. Falei com o Giovanni [Luigi, presidente do Inter] e ele entendeu. Ele sabe o que sempre falei do Libertad, não era de agora. Entendo que é o momento justo, certíssimo. Olhei nos olhos do presidente, tive uma conversa e conseguimos um acordo”, relatou Guiñazu.

A rescisão do argentino foi confirmada pelo Inter com pesar. Os argumentos dele, contudo, não deram margem para uma negociação de sua permanência.

“Nós ouvimos o jogador e até tentamos, mas ele foi muito claro. É o jeito dele também. E existem jogadores que merecem esta consideração”, disse o diretor de futebol Luís César Souto de Moura. O dirigente fez um breve discurso de homenagem ao volante antes da entrevista coletiva.

Ídolo da torcida, Guiñazu conquistou nove títulos pelo Inter em pouco mais de cinco anos no Brasil. Contratado em agosto de 2007, sempre foi titular absoluto do meio-campo vermelho, mas já mostrava interesse em deixar Porto Alegre há tempos.

Após o Brasileirão seu nome foi ligado ao Newell's Old Boys, da Argentina. O próprio jogador confirmou que houve uma negociação, mas sem final feliz. O contato do Libertad, porém, foi forte e arrebatador.

“O Giovanni me escutou, me liberou. Guiñazu não deve nada para o Inter e o Inter não deve nada para Guiñazu. Não me interessa multa rescisória ou nada assim. Só posso agradecer. A grana fica de lado nesta hora. A decisão levou em conta outros motivos”, comentou o volante.

Encerrada a coletiva, Guiñazu foi para os braços da massa. Cerca de 50 torcedores, com instrumentos e faixas, encontraram com o volante na porta do CT. Antes o grupo soltou foguetes. No meio de fotos e autógrafos, os colorados faziam juras de amor e agradeciam ao jogador.

"Serei eternamente agradecido pelo apoio e dedicação deles comigo. Sempre cantando, alentando o time. Não tenho palavras para eles. Simplesmente um obrigado muito grande. Sempre disse que nunca poderia devolver todo o carinho que eles me deram", afirmou Guiñazu. "Um obrigado muito grande, do tamanho do Brasil. Dá vontade até de chorar, de tantas coisas boas que vivi aqui neste clube", finalizou.