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Marcos Assunção chora em adeus e diz que Palmeiras deve para ele desde junho

Marcos Assunção chora ao falar sobre o fim de seu contrato com o Palmeiras - Robson Ventura/Folhapress
Marcos Assunção chora ao falar sobre o fim de seu contrato com o Palmeiras Imagem: Robson Ventura/Folhapress

João Henrique Marques

Do UOL, em São Paulo

07/01/2013 11h43

Marcos Assunção chorou ao falar sobre a sua despedida do Palmeiras. O jogador e o clube não se acertaram e o contrato não foi renovado para a próxima temporada. A decisão final foi tomada após o jogador permanecer seis dias sem vínculo com o clube à espera de um acordo.

“Estou muito chateado porque estou sendo chamado de mercenário. Jamais cobrei os valores que estão sendo expostos. O Palmeiras tem dívida comigo desde junho. Eu não gostaria de sair do Palmeiras. É um clube que eu aprendi a amar”, afirmou o jogador.

Assunção convocou uma entrevista coletiva em um centro comercial na região do Morumbi, em São Paulo, nesta segunda-feira. O jogador interrompeu algumas respostas para chorar. 
 
“Tinha prazer em chegar às 8h da manhã e ver os seguranças abrindo a porta. Eu continuo com a minha palavra de querer permanecer e disputar a Série B. Eu cai com o Palmeiras e quero subir. Quero dar isso aos torcedores. Só tenho a falar isso, mercenário jamais fui, são quase três anos e jamais pedi aumento no Palmeiras”, disse, emocionado.

Assunção e Palmeiras realizaram diversas negociações ao longo dos últimos meses. A pedida salarial do jogador jamais foi vista com bons olhos pelos dirigentes do clube, que prolongaram a resolução do caso na expectativa de que o volante aceitasse ganho menor.

O Palmeiras emitiu um comunicado sobre o tema: "Reconhecendo a importância do atleta para a equipe e em consideração pelos serviços por ele prestados nos últimos anos, o Palmeiras esgotou todas as possibilidades de negociação para mantê-lo no elenco. Porém, a oferta máxima feita pelo clube não atingiu a solicitação mínima do jogador", cita trecho da nota.

O experiente jogador de 36 anos fez a primeira tentativa de renovação com intenção de salário de cerca de R$ 400 mil em um acordo por dois anos. Ao longo do tempo, a pedida chegou a ser diminuída em quase R$ 100 mil, o que ainda não foi suficiente para animar a diretoria do Palmeiras.

Assunção nega os valores. Segundo ele, a proposta feita pelo clube era menor do que a que foi feita em agosto.

“Não foi menos do que eu ganhava hoje, mas menor do que ganharia na primeira proposta. Não me arrependo de ter jogado, tomado infiltração no joelho, e eu faria tudo isso. Faria mais do que isso para que a gente pudesse seguir na série A. Faltou clareza do Palmeiras, pois os valores que saiam na imprensa não eram reais. Estou aqui em respeito aos torcedores do Palmeiras, e durante esses quase três anos que fiquei sempre fui claro, nunca omiti nada”, afirmou. 

A última contraproposta de Assunção foi levada pelo presidente Arnaldo Tirone ao Conselho de Orientação Fiscal (COF), o responsável pela gestão financeira do clube em seus últimos dias de mandato, e o parecer não foi positivo. Após isso, o volante não aceitou abaixar os valores exigidos novamente.