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Reforço do Flu ganha apelido de cerveja, revela vício por tatuagens e ignora 'seca' de gols

Rhayner (à dir.) tem tatuagens nos dois braços e quer fechar todo corpo com desenhos - Nelson Perez/Fluminense FC
Rhayner (à dir.) tem tatuagens nos dois braços e quer fechar todo corpo com desenhos Imagem: Nelson Perez/Fluminense FC

Renan Rodrigues

Do UOL, em Atibaia (SP)

11/01/2013 06h01

O filme Highlander conta a história de um guerreiro imortal escocês que carrega uma espada vagando pelos séculos. Desde o dia 3 de janeiro, Rhayner, reforço do Fluminense, também se tornou um guerreiro. É assim que a torcida tricolor chama os jogadores da equipe, e o jovem atacante de 22 anos, que receberia o nome do personagem do filme de Russell Mulcahy não fosse pela intervenção da mãe, promete lutar - sem espada - por um lugar ao sol.

Contratado no início desta temporada após uma boa campanha pelo Náutico, Rhayner chegou como opção para a reserva de Wellington Nem. O novato virou alvo das provocações na pré-temporada e o nome pouco comum transformou-se em apelidos. Marca de cerveja, chinelo ou o que mais tenha som parecido, até novos nomes. O jogador se diverte com as brincadeiras e diz que poderia ser bem pior.

"Imagina se fosse Highlander? Estava morto (risos). Pela dificuldade em falar meu nome, muitos falam Heineken, Rider, ou o que acham mais fácil. No treino, praticamente ninguém fala Rhayner mesmo. Meu pai era fã daquele filme maluco e queria colocar, mas minha mãe não deixou, bateu o pé. O nome do meu irmão é Rhayron ai ela quis um nome parecido", disse o reforço do time carioca ao UOL Esporte.

RHAYNER FEZ TATUAGEM NOS DEDOS E HOMENAGEOU OS PAIS COM DESENHOS

  • Reprodução/Facebook/Rhayner Santos

O nome não é a única característica que chama a atenção no jogador, que começou a carreira em pequenos clubes da cidade de Serra, no Espírito Santo. Viciado em tatuagens, o atacante do Fluminense homenageou o pai, a mãe e o padrasto. Até os dedos da mão foram marcados pela inscrição 'true love'. Após as broncas da mãe no primeiro desenho, Rhayner não parou mais e pensa até em fechar todo o corpo com as marcas.

"Eu tenho uma coroa de rei na mão escrito pai ao quadrado e uma coroa de rainha escrito mãe. Fiz para eles, por tudo que fizeram por mim. Já falei para minha mãe que se puder, eu fecho o corpo todo. Ela não gosta muito não, mas nem reclama mais de tantas que já fiz. Não sei ao certo o número, mas fechei os dois braços, tenho no peito e nas duas pernas também", contou Rhayner.

O semblante tranquilo e o sorriso nos treinos ajuda a entender a tranquilidade do atacante, que não marca há 69 jogos. Rhayner prefere enaltecer o que fez de bom, diz que não se preocupa com a seca de gols e exalta outras virtudes, como o poder de marcação. Apesar de jogar no setor ofensivo, o ex-jogador do Náutico fez 215 desarmes no último Brasileirão, média de 6,3 por partida.

ABEL E PRESIDENTE DO FLU DISPUTAM PELADA E JOGADORES PROVOCAM

  • Nelson Perez/Fluminense FC

    O apito final no treinamento do Fluminense desta quinta-feira não foi motivo para que a bola parasse de rolar. Os funcionários e integrantes da comissão técnica da equipe carioca realizaram uma pelada no campo anexo, e a brincadeira contou com duas presenças ilustres. O técnico Abel Braga e o presidente Peter Siemsen, que chegou hoje a Atibaia, disputaram a partida, que foi comentada e 'cornetada' por alguns jogadores.

"Muitos zagueiros, laterais e volantes não esperam que o atacante volte tanto para ajudar na marcação. E como eu sou bem rápido, acabo surpreendendo eles. Não me importo com o jejum de gols. Se o Fluminense teve interesse em me contratar é porque fiz alguma coisa boa. Tenho tranquilidade e uma hora o gol vai chegar", disse o atacante, que também admitiu surpresa com o rápido salto na carreira.

"Quando o campeonato acabou, o Eduardo Uram [empresário] foi me falando as coisas, contando sobre o interesse do Fluminense. Fiquei meio surpreso, mas também foi um reconhecimento do meu trabalho no Náutico. Acho que eu trabalhei para isso".

Confira outros trechos da entrevista do UOL Esporte com o novo reforço do Fluminense:

UOL Esporte: Como foi a recepção dos jogadores? Já está à vontade no elenco?
Rhayner: 
O pessoal é muito gente boa, o time é muito unido. Os jogadores receberam muito bem o Wellington Silva e eu, que estamos chegando agora. Foram várias brincadeiras e isso é super importante para que a gente possa se entrosar o mais rápido possível, pois logo as competições vão começar.

UOL Esporte: Acredita que tem condições de ser titular? Vai brigar por uma vaga com qual jogador?
Rhayner:
 Acho que tenho uma característica bastante parecida com a do Wellington Nem. Acredito que a disputa entre eu e ele será muito sadia e sem deslealdade. Isso é bom, pois estimula os dois jogadores e o Fluminense só tem a ganhar. Vou procurar buscar meu espaço.

UOL Esporte: Fora de campo, o que você gosta de fazer para relaxar? Deu tempo de ver a praia?
Rhayner:
Estou morando em hotel, ainda não deu tempo, só fiquei dois dias no Rio de Janeiro. Gosto de dormir o dia inteiro. Se depender de mim, eu durmo o máximo que puder. Ainda mais quando a gente treina assim. Sempre dou meu máximo nas atividades e quando chego em casa, estou 'morto'. Mas gosto de assistir muitos seriados e desenhos também. Sou fã de Simpsons. Se estiver passando eu assisto sempre.

UOL Esporte: Pensou em seguir outra carreira se não fosse jogador?
Rhayner:
 Sempre quis ser jogador de futebol. Da escola eu não queria saber muito (risos), matava aula para ir jogar bola e correr atrás de pipa. Meu futuro era ser jogador mesmo. Não sei o que teria feito da vida se tivesse que escolher outra carreira.