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Sede de time israelense que contratou jogadores muçulmanos é alvo de incêndio

Sede do Beitar foi incendiada após a equipe israelense contratar jogadores muçulmanos - REUTERS/Ronen Zvulun
Sede do Beitar foi incendiada após a equipe israelense contratar jogadores muçulmanos Imagem: REUTERS/Ronen Zvulun

Do UOL, em São Paulo

08/02/2013 08h24

A sede do Beitar Jerusalém, equipe que foi alvo de protestos da própria torcida no final de janeiro deste ano ao contratar dois jogadores muçulmanos de origem chechena, foi alvo de um incêndio criminoso na madrugada desta sexta-feira.

Segundo a polícia da cidade israelense, os danos foram extensos, e já foi concluído que o incêndio foi premeditado. Não há suspeitos, mas já foi feita ligação com os protestos dos torcedores.

O incêndio atingiu a sala de troféus do clube. O superintendente do Beitar, Meir Harush, lamentou o ocorrido mostrando-se consternado: “É horrível. Acabaram com a história do Beitar. Como podem fazer isso?”, declarou.

  • Os jogadores chechenos muçulmanos Dzhabrail Kadiev e Zaur Sadayev foram contratados pelo Beitar Jerusalém e viraram alvo de protestos da torcida

Em jogo disputado em janeiro, contra o Bnei Yehuda, da capital Tel Aviv, torcedores estenderam faixas de protestos e entoaram cânticos racistas e anti-islâmicos contra a contratação de Dzhabrail Kadiev e Zaur Sadayev, junto ao Terek Grozny, da Rússia. Ambos são muçulmanos de origem chechena.

Cartazes com frases como “Beitar pura para sempre” foram mostrados na partida. O Beitar teve que contratar seguranças particulares para os jogadores. Alguns torcedores foram detidos pelos protestos. A Associação Israelense de Futebol multou a equipe em 50 mil shekels (R$ 26,8 mil). Desde 2005, o Beitar já foi punido mais de 20 vezes por atos de sua torcida.

O presidente de Israel, Shimon Peres, pediu à associação que tomasse medidas rápidas para dar fim à xenofobia nos estádios."O racismo atingiu o povo judeu mais forte que em qualquer outra nação no mundo. As autoridades devem impedi-lo antes que domine o local. Estou convencido de que todo o país está comovido por este episódio e nunca o aceitará", disse Peres em carta.