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Jogador 'fake' do Fla tem passagem pela polícia e pedido de ajuda a advogada de Ronaldinho

Rodrigo Mello (d) posa para uma foto na porta da sede do Flamengo, na Gávea - Divulgação/Assessoria de Imprensa
Rodrigo Mello (d) posa para uma foto na porta da sede do Flamengo, na Gávea Imagem: Divulgação/Assessoria de Imprensa

Pedro Ivo Almeida

Do UOL, no Rio de Janeiro

11/02/2013 06h06

Flamengo, Vasco, Palmeiras, Grêmio, Botafogo, Atlético-PR, América-MG e clubes da Europa. Títulos nacionais e convocações para seleções brasileiras de base. Isso tudo com apenas 25 anos. O currículo de Rodrigo Veríssimo de Souza Mello tinha tudo para ser um dos mais brilhantes do futebol nacional. A história, porém, não passa de um conto fictício vivido pelo atleta há alguns anos.

O caso, revelado pelo jornal Lance! durante a última semana, assusta e traz à tona capítulos ainda mais curiosos de Rodrigo, que, segundo os clubes brasileiros, nunca teve nenhum dos contratos acima reconhecidos pela CBF. Ainda assim, seu assessor de imprensa enviou um comunicado na última semana dizendo que ele tinha se desligado do Flamengo.

Mentiras e confusões não são novidades em sua "carreira". Tentando se passar por jogador de futebol, Rodrigo enganou empresários e teve passagens pela Polícia. Em 2009, ele deixou um hotel na cidade de Bauru sem pagar a conta e o caso foi parar na Delegacia loca. O jogador "fake" foi dado como procurado pelos policiais da região.

E foi justamente nesta época que teve o primeiro contato com uma advogada para lá de conhecida no meio do futebol. Buscando mantero "status" de jogador profissional, Rodrigo solicitou ajuda a Gislaine Nunes, que defende os interesses do "colega de profissão" Ronaldinho Gaúcho.

"Ele me ligou algumas vezes já. Primeiro, há uns anos, em um problema com Justiça e Polícia que teve em Bauru. Depois sumiu. Agora, com esse lance de ser jogador. Eu até o escutei, mas fica difícil ajudar. Ele não tem nenhum documento que prove os contratos com times que ele diz ter jogado", explicou Gislaine Nunes.

"A única coisa que consegui achar foi um registro de 2007, pelo Betim. Aliás, esse clube ele nunca disse ter jogado. É tudo muito estranho", disse a advogada.

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Gislaine Nunes reforça a ideia. "Não é o momento disso. As pessoas não tem que se sentir prejudicadas por isso. O objetivo real diante dessa história tem que ser oferecer apoio ao rapaz. Saber o que ele precisa, entender por quais motivos ele faz isso. Não tem que processar", comentou.

Com problemas de contrato e rescisões milionárias a serem discutidas na Justiça, Gislaine se viu diante de um novo fato. E segundo ela, a principal discussão agora tem que ser sobre a saúde de Rodrigo, que chegou a participar de um programa de TV comentando sobre sua "carreira imaginária".

"A ajuda tem que ser psicológica. Ainda perguntei a ele. 'Vem cá, onde posso te ajudar? O que passa com você? Por que faz isso? Vamos conversar'. Mas ele não respondia. É um menino complicado. Espero que as pessoas não debochem da história e entendam que há um problema maior ali", encerrou Gislaine, que mesmo sem conseguir defender Rodrigo na Justiça, tenta contornar o problema do "cliente" misterioso.

Procurado pela reportagem do UOL Esporte, o assessor de Rodrigo não foi encontrado. Já o "jogador" respondeu os contatos telefônicos, mas não quis comentar o assunto e se limitou a dizer que é, sim, um atleta profissional de futebol.