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Aos 39 anos em Goiás, Finazzi diz que salvaria Corinthians da queda e não está rico com futebol

Finazzi no Corinthians, em 2008, antes de ser dispensado - Almeida Rocha/Folhapress
Finazzi no Corinthians, em 2008, antes de ser dispensado Imagem: Almeida Rocha/Folhapress

José Ricardo Leite

Do UOL, em São Paulo

02/03/2013 06h00

Após a decepção de ser enganado por um falso empresário e nem chegar a fazer uma partida oficial no Poços de Caldas, o veterano atacante Finazzi, 39 anos, demonstra empolgação para um novo desafio agora: defender as cores do Itumbiara no Campeonato Goiano.

Diz que idade não é problema e que continua empolgado com a carreira. “Estou animado, é primeira divisão do Campeonato Goiano. E um time brigando para se classificar”, comentou o artilheiro, que tem mais de 20 clubes em seu repertório.  “Enquanto estiver dando pra disputar num bom nível, tudo bem. E quando estiver muito abaixo, não dá.”

Finazzi já passou por muitos clubes do interior paulista, do Nordeste e até no exterior, no Japão e França. Mas a passagem inesquecível para o artilheiro foi no Corinthians, em 2007. A melhor oportunidade que teve em um grande clube ao ser titular durante quase todo aquele Brasileiro. “Foi o time que mais gostei jogar e bom demais pra minha carreira”, se recorda.

O atacante tem, no entanto, algumas frustrações em sua passagem pelo time do Parque São Jorge. Viu, do lado de fora, o rebaixamento do time naquele Nacional depois de ser suspenso das duas últimas partidas, na derrota contra o Vasco e empate com o Grêmio, por fazer críticas à arbitragem do torneio.

Naquela oportunidade, Finazzi era artilheiro do time no campeonato, com 12 gols, e sua ausência foi muito sentida. Ele ainda lamenta até hoje ter ficado de fora e diz que poderia ter evitado a queda corintiana se estivesse em campo.

“No jogo contra o Grêmio, no Sul, o Clodoaldo jogou no meu lugar e fez até um gol. Naquele jogo não mudaria muita coisa. Mas no duelo contra o Vasco, no Pacaembu, dominamos a partida e a bola passou por muitas vezes na área, nos lugares onde eu costumava passar. Naquele jogo o Nelsinho [Baptista, técnico] optou por Arce e Dentinho no ataque. Nesse jogo eu poderia ter definido a presença do Corinthians na primeira divisão”, falou.

“Se a gente ganhasse aquele jogo, não cairíamos. Poderíamos até perder no Sul. Ali eu poderia ter feito a diferença e evitado o rebaixamento.”

Outro fato de sua passagem pelo time do Parque São Jorge que incomoda um pouco é o fato de ter sido preterido dos planos do então técnico da equipe, Mano Menezes, no ano seguinte. O treinador optou por trazer novos jogadores e liberou Finazzi, que acabou indo para o São Caetano.

“Joguei com o Mano pouco tempo. Mas ele queria provar algumas coisas para a imprensa e torcida, ele levou alguns jogadores. A questão não era com minha pessoa, nada contra ele. Mas quando ele me sacou, era artilheiro do time com três gols em cinco jogos. Achei que não foi uma forma legal como ele me tirou. Mas respeito. Ele queria mostrar que tinha outros jogadores que poderiam atuar. Mas é óbvio que eu queria estar no Corinthians o resto da vida.”

Finazzi abandonou um curso de engenharia civil para se tornar jogador profissional aos 26 anos. Ele diz acreditar que isso pode ter influenciado na longínqua carreira. Diz apenas que não ficou rico com o futebol.

“Não sei se isso influencia ou não, mas comecei tarde. Despontei no futebol com 26 anos e acho que não tenho desgaste de quem começou com 18 anos. Creio que não tenho esse desgaste de quem começou cedo. Minha carreira tem uns nove anos a menos do que os outros”, falou.

“Se eu tivesse feito o monte de gols que fiz com 25 anos, teria conseguido uma negociação boa para o futebol europeu, por exemplo. Mas não tive esse tipo de negociação, que é quando se ganha dinheiro . Na parte financeira não tive tanto sucesso, comecei tarde e cheguei no Corinthians com 35 anos. Não tive êxito na parte financeira. Na parte profissional sou totalmente realizado.”