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Muricy se apega em multa de R$ 4 milhões contra demissão e enaltece cartola rival

Muricy Ramalho sofre pressão de dirigentes, conselheiros e torcedores do Santos  - Leandro Moraes/UOL
Muricy Ramalho sofre pressão de dirigentes, conselheiros e torcedores do Santos Imagem: Leandro Moraes/UOL

Samir Carvalho

Do UOL, em Santos (SP)

02/03/2013 06h00

O técnico Muricy Ramalho demonstrou tranquilidade em entrevista coletiva ao falar sobre a pressão de conselheiros, torcedores e até integrantes do Comitê Gestor do Santos, que pedem a sua demissão. O treinador falou em “interesses” dentro do clube e até mandou um recado, alegando "ter mercado no futebol" caso seja demitido.

Apesar do currículo e dos títulos conquistados no Santos, Muricy se apega mesmo em uma multa rescisória de aproximadamente R$ 4 milhões, considerado por alguns dirigentes, o principal entrave para demitir o comandante santista. 

“Só o presidente e o vice (conversas sobre pressão interna), que é pura conversa, é coisa do futebol, existem vários interesses, mas não tem nenhum tipo de pressão e mesmo se tiver não aceito. É algo muito natural. São pessoas que confio muito, se falam que está tudo bem eu reconheço porque estou há dois anos. As outras, eu não sei qual o interesse que eles têm”, afirmou Muricy.

Se não bastasse, Muricy fez questão de enaltecer o ex-presidente do Corinthians, Andrés Sanchez, que não cedeu a pressão e manteve o técnico Tite no comando do rival após a eliminação para o Tolima, da Colômbia, na Copa Libertadores da América de 2011.  

"É importante lembrar que a diretoria do Corinthians no momento de muita crítica, que pediram a saída dele, continuou apostando. Acho que foi o Andrés (Sanchez) que deu confiança para ele e hoje é um dos melhores do País", lembrou Muricy ao responder uma pergunta sobre o momento vivido por Tite no rival.

Muricy recebe o apoio de Luis Alvaro, porém, enfrenta rejeição com membros do Comitê Gestor do Santos, principalmente os mais influentes que comandam o clube do litoral paulista.

Parte do grupo, inclusive, já apoia a saída de Muricy em caso de derrota no clássico contra o Corinthians neste domingo, no Morumbi. O UOL Esporte apurou que o técnico Paulo Autuori foi consultado, de forma sigilosa, para assumir o posto.

Os empregados Ney Franco e Gilson Kleina, técnicos de São Paulo e Palmeiras, respectivamente, também seduzem o grupo.

A maioria dos integrantes do Comitê Gestor já cedeu à pressão dos conselheiros e veem Muricy como um técnico que só coloca o time para jogar nos contra-ataques. Além disso, os dirigentes acreditam que o treinador continua dependendo excessivamente de Neymar, mesmo com a chegada de reforços em 2013.

As criticas de Muricy em relação aos jogadores revelados nas categorias de base do clube também são vistas como exageradas pela direção.