Ex-Corinthians, gestor do Man. City vê brasileiros no nível dos grandes europeus
Considerado um dos maiores expoentes da gestão esportiva, o espanhol Ferran Soriano vê o Brasil com um futuro mais do que promissor não só nos gramados, mas também na administração dos clubes. Em entrevista ao UOL Esporte, o CEO do Manchester City avaliou a recente profissionalização de entidades como o Corinthians e afirmou que elas já podem ser comparadas às grandes da Europa. O dirigente também foi questionado sobre o interesse do City na contratação de Neymar, mas não comentou sobre o assunto.
“O Brasil é e será cada vez mais um paraíso para o negócio do futebol. Sempre foi por causa do talento existente, agora também pelos clubes que crescem e se profissionalizam”, comentou o chefe-executivo do Manchester City.
Ferran Soriano ganhou notoriedade por seu trabalho como vice-presidente do Barcelona entre 2003 e 2008 e acabou apontado como um dos grandes responsáveis pelo “renascimento” do clube catalão na década passada. O dirigente revelou as estratégias adotadas nos bastidores do Camp Nou com a publicação do livro “A bola não entra por acaso”, que se tornou uma espécie de bíblia da gestão esportiva no futebol.
Em 2007, ele foi procurado pela então nova diretoria do Corinthians para atuar como consultor e se tornou um dos mentores intelectuais na retomada do clube alvinegro após o rebaixamento para a segunda divisão nacional.
“O Corinthians foi sempre um grande clube de futebol, com uma das maiores torcidas do mundo, mas foi nos últimos anos que eles decidiram profissionalizar o clube do mesmo jeito que foi feito em outros grandes na Europa. O segredo é só esse: gerenciar o clube do mesmo jeito, com as mesmas ferramentas e o mesmo rigor usado nas grandes empresas do mundo”, avaliou Soriano antes de alertar sobre a habilidade da gestão alvinegra em controlar as disputas internas. “Nos grandes clubes, além de gerenciar bem o negócio, tem que cuidar do entorno político”.
Atualmente, Soriano comanda o Manchester City apoiado pelo conterrâneo Txiki Begiristain como diretor. Ele também foi questionado sobre o real interesse do clube inglês na contratação de Neymar e sobre a história do cheque em branco que teria sido oferecido ao Santos pelo atacante. O CEO, no entanto, disse que não estava autorizado a responder à pergunta.
Apesar disso, o espanhol aproveitou para comentar sobre a situação de outro clube brasileiro: o Palmeiras. De acordo com Soriano, a entidade alviverde está atrasada em relação a outras do país e precisa usar a evolução e fortalecimento do futebol nacional a seu favor para renascer como o seu maior rival fez nos últimos anos.
“Profissionalização é a chave. O Palmeiras é outro grande clube numa grande cidade, dentro de um país onde a economia cresceu de maneira espetacular nos últimos anos. Não há nenhuma razão para o Palmeiras e os outros clubes brasileiros não acompanharem esse crescimento, como já fizeram tantas empresas de tantos setores”, ressaltou o executivo.
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