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Sucesso, "experiência Beckham" turbinou público do soccer nos EUA

Beckham deu adeus ao Galaxy em dezembro, mas média de público segue alta - REUTERS/Danny Moloshok
Beckham deu adeus ao Galaxy em dezembro, mas média de público segue alta Imagem: REUTERS/Danny Moloshok

Francisco De Laurentiis

Do UOL, em São Paulo

14/03/2013 06h00

Na MLS (liga de futebol dos Estados Unidos e Canadá), há um consenso: os cinco anos que o astro David Beckham passou jogando no Los Angeles Galaxy, da Califórnia, foram essenciais para o crescimento do público do soccer no país.

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O inglês chegou aos EUA em 2007, e fez várias grandes empresas, como AT&T, Visa, Volkswagen e Microsoft firmarem acordos de patrocínio com o torneio e com os clubes. Canais de TV e estações de rádio também tomaram gosto pela competição, que ganhou novos apoiadores.

Na última temporada, a liga norte-americana alcançou, em seu 17º ano, média de 18.807 fãs por duelo, batendo pelo segundo ano seguido seu recorde de público e tornando-se a sétima maior liga de futebol do mundo em média de público - fica atrás apenas de Alemanha, Inglaterra, Espanha, Itália, Argentina e México.

Também ficou muito à frente do Campeonato Brasileiro, que fechou o ano com média de 12.983 torcedores por partida, com apenas três times (Corinthians, Grêmio e São Paulo) levando mais de 20 mil torcedores por jogo ao seu estádio - na MLS, foram cinco.

ISTO É A MLS

  • 19

    times

    são divididos em duas Conferências

  • 10

    times

    se classificam aos playoffs do torneio, cinco de cada Conferência

  • 18.807

    torcedores/jogo

    foi a média da temporada 2012

  • US$15 a 80

    em média

    é o preço dos ingressos da MLS

  • 7

    meses

    dura a temporada: de março a outubro, quando ocorre a final

    De acordo com estudos da organização, a MLS será, até 2022, um dos maiores torneios de futebol do mundo, deixando campeonatos tradicionais, como os do Brasil e Itália, para trás.

    Além de Beckham, a liga ainda viu desembarcarem outros astros, como o atacante Thierry Henry, ex-Arsenal, Barcelona e seleção francesa, o zagueiro Alessandro Nesta, ex-Milan e campeão da Copa do Mundo 2006 com a Itália, e o meia Juninho Pernambucano, ex-Vasco e seleção brasileira. Todos eles atraem cada vez mais torcedores para os estádios.

    "Quando David (Beckham) assinou com o Galaxy, ele ajudou muito a fazer o futebol na América do Norte crescer. Não há dúvida que futebol aqui se tornou muito mais popular, tanto dentro quanto fora do país, depois que ele chegou", ressaltou o vice-presidente da MLS, Dan Courtemanche, ao UOL Esporte.

    "David nos fez alcançar tudo o que planejávamos quanto ele veio para a MLS, e ele será para sempre parte da nossa história. Mas nossa liga cresceu muito nos últimos seis anos, e vamos continuar mantendo o ritmo nessa era pós-Beckham. Pode ter certeza que continuaremos a ver estádios cheios e cada vez mais interesse na MLS, apesar da partida dele", assegura. 

    Beckham deixou o Galaxy no final do ano passado, após cinco anos no time da Califórnia, e acertou com o PSG em janeiro de 2013. Na última temporada, quando foi campeão, o time de Los Angeles teve média de 23.136 torcedores/jogo.

    Em sua estreia na MLS no ano, no último dia 3, o Galaxy colocou 20.124 torcedores em seu estádio, mesmo sem o astro inglês. Venceu o Chicago Fire por 4 a 0.

    "Beckham teve uma carreira de muito sucesso na América, tanto dentro dos campos, com títulos, quanto fora, na questão de patrocínios. Fez muito pelo futebol da MLS", opina ao UOL Esporte o jornalista Grant Wahl, editor da revista Sports Illustrated e ex-candidato à presidência da Fifa.

    "Ele é um jogador único. Creio que ninguém teria produzido efeito semelhante", conclui.