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Clubes se unem contra São Paulo por suposto aliciamento na base

Cartolas se reuniram por decisão sobre possível aliciamento do São Paulo na base - Divulgação/Botafogo.com.br
Cartolas se reuniram por decisão sobre possível aliciamento do São Paulo na base Imagem: Divulgação/Botafogo.com.br

Renan Prates

Do UOL, em São Paulo *

21/03/2013 06h00

As categorias de base de alguns dos principais clubes do futebol brasileiro viraram palco de uma ferrenha disputa. Agremiações de todo o país se uniram contra o São Paulo. O motivo? Um suposto aliciamento do Tricolor a promessas de outros times.

A reclamação de 13 clubes, apoiados pela Abex (Associação Brasileira dos Executivos de Futebol), é que José Geraldo de Almeida, gerente das categorias de base do São Paulo, tem desrespeitado o pacto firmado entre eles e assediado diretamente os atletas que tem interesse em contratar. A estratégia do Tricolor é seduzi-los com salários maiores e vantagens que eles não teriam nos times que defendem.

Coritiba, Cruzeiro, Atlético-MG, Atlético-PR, Flamengo, Fluminense, Botafogo, Vasco, Vitória, Ponte Preta, Internacional, Grêmio e Grêmio Prudente estiveram presentes em uma reunião sobre a base na terça-feira da semana passada. O São Paulo foi convidado e optou por não enviar representantes, fato que irritou ainda mais os clubes reclamantes. Além do Tricolor, Santos, Corinthians e Palmeiras não foram a General Severiano, sede do Botafogo, onde foi realizada a reunião.

Grêmio Prudente acusa São Paulo de aliciar jogador das categorias de base

  • Luiz Pires/VIPCOMM

    O Grêmio Prudente acusa o São Paulo de aliciar o atleta Paulo Henrique, que estava prestes a completar 16 anos e a assinar seu primeiro contrato como profissional. Verbalmente, sua transferência já estava acertada para o Coritiba. Porém, os familiares do jogador acabaram preferindo o time paulista. Adalberto Baptista, diretor de futebol profissional e amador do São Paulo diz desconhecer o caso, mesmo assim nega o aliciamento.

Um caso emblemático envolveu o São Paulo e outros dois clubes: Grêmio Prudente e Coritiba. O meia Paulo Henrique, do clube do interior paulista, já havia acertado a ida para o time paranaense. Mas o Tricolor atravessou a negociação e levou o jogador para o CT de Cotia. O assédio dos Tricolor aos jovens Foguete e Mosquito serviu para estremecer as relações com o Vasco.

Os clubes se queixam que São Paulo tem repetido a mesma estratégia no mercado da base constantemente. Ney Souto, gerente geral da base do Botafogo, cogita até uma atitude mais drástica se o São Paulo não mudar a suposta postura de aliciar jogadores: pedir a exclusão do Tricolor das principais competições de base do país.

"Até agora eles não falaram nada. Inclusive, foram convidados para a reunião em General Severiano e preferiram não comparecer. Queríamos ouvir o lado deles. Estamos preocupados porque essa briga começou no ano passado. Roubo de atletas é algo que preocupa todos os times”, explicou Souto.

“Quase zeramos isso em 2012 e resolvemos com a integração dos gestores da base. No momento só o São Paulo não está cumprindo. A nossa preocupação é que outros clubes que estão em seus limites voltem a fazer a mesma coisa".

Corinthians foge de polêmica

Apesar de ter perdido um jogador para o São Paulo por suposto aliciamento (o lateral esquerdo Bruno Dip), o Corinthians preferiu não polemizar sobre o caso. O gerente da base do Timão, Fernando Alba, disse que o clube não pretende aderir ao protesto das outras agremiações. Ele qualificou a perda do atleta como fato normal do mercado, mas deixou nas entrelinhas uma irritação com a postura do Tricolor.

“O São Paulo com a sua atitude dá o seguinte recado: não vê problema nenhum em que os jogadores do seu clube sejam assediados, pois entende que o mercado é aberto e livre”, disse o dirigente. “Eu entendo que qualquer jogador do São Paulo está livre para ser assediado. Não falo em vingança, choradeira, boicote. Isso é papo furado”.

São Paulo e CBF se silenciam

Procurado pela reportagem do UOL Esporte, o gerente Geraldo José de Almeida disse que só se pronunciaria se tivesse o aval da assessoria de imprensa do São Paulo. O diretor de futebol, Adalberto Baptista, que recentemente acumulou o comando da base do Tricolor, não atendeu às ligações.

Já a assessoria de imprensa da CBF disse que a entidade não iria se posicionar sobre o caso.

* Colaboraram Bernardo Gentile, Danilo Lavieri, Paulo Passos e Vinicius Castro

321 Comentários

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Máquina Tricolor SPFC

Acontece o seguinte: o garoto ingressa em um determinado clube e se depara com uma situação de desilusão porque acredita que o clube, por ter nome, vai tratá-lo com dignidade que é o mínimo. Resultado: não assina contrato e assim não se vincula ao respectivo clube. Livre no mercado, se for bom jogador, as portas se abrem porque outros clubes já o conhecem. Dessa forma, a competição pelo atleta livre se equipara com o mercado de empresas, quem oferecer as melhores condições globais leva. Consequência disso: o SPFC é o clube que apresenta essas condições globais com maior responsabilidade, deixando anos luz alguns dos adversários que se uniram como vasco e botafogo. Entenda que o atleta procura as melhores opções de trabalho porque sabe da possibilidade de lograr êxito no futuro. SOBERANIA ATÉ NISSO...

Madson Reis

Pois é sacanagem... Um time investe num muleke, que as vezes pode nem se firmar como jogador, as vezes os meninos já participaram de vários peneirões em outros clubes, e nunca tiverão chances... daí o time abre as portas pra ele, aposta neste menino, acredita nele (fato que na maioria das vezes ninguém acreditou) e simplismente quando o jogador se destaca vem outro time e já o pega formado?? Os jogadores tinham que ter pelo menos um pouco de consideração com o clube que o acolheu, pois quem roeu o osso até o bife ficar pronto foi seu time acolhedor... na hora que o bife tá pronto vem outro i só tem o trabalho de mastigar?? sacanagem. Acredito que os clubes devem fazer um acordo urgente. Se o jogador da base optar em ir pra outro time, ele poderia como consequencia nunca mais poder jogar em sua vida num time reclamante. Os time reclamantes tem q se unir rápido.