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Andrés ganha briga no Conselho e Corinthians segue sem oposição interna

Gustavo Franceschini

Do UOL, em São Paulo

25/03/2013 22h53

Andrés Sanchez ganhou a disputa interna e viu, nesta segunda-feira, o Conselho Deliberativo do Corinthians vetar qualquer mudança no estatuto do clube. Com isso, o modelo de eleição dos conselheiros segue sendo o “chapão”, que mantém o clube do Parque São Jorge sem oposição interna.

A posição do ex-presidente, defendida por ele na reunião desta segunda, foi apoiada de forma maciça no Conselho. Foram cerca de 190 votos contra a mudança do estatuto e cerca de 50 a favor. A decisão enterra o trabalho da comissão que trabalhou no assunto durante boa parte do último ano.

VEJA QUAIS ERAM AS MUDANÇAS PROPOSTAS PARA O ESTATUTO

  • Os diretores do clube poderiam ser remunerados. Se a diretoria assim quisesse, ele poderia profissionalizar a gestão do clube. Antes de isto ser posto em prática, no entanto, um projeto teria de ser apresentado ao Conselho, que precisaria dar seu aval.
  • A próxima eleição, inicialmente marcada para fevereiro de 2015, seria antecipada para novembro de 2014. A iniciativa teria como objetivo evitar que o novo presidente assumisse com a temporada já em andamento. A experiência do Palmeiras, que elegeu Paulo Nobre no fim de janeiro, foi levada em consideração.
  • O Cori, Conselho de Orientação do clube, passaria a ser formado apenas por ex-presidentes do clube e de seu Conselho Deliberativo, além do presidente e do vice deste último órgão. Os responsáveis pela proposta entendem que o Cori hoje é composto por muita gente, o que impede seu funcionamento em um ritmo considerado adequado.
  • A mais importante das propostas diz respeito à formação do Conselho. O "chapão" atual, que elege 200 conselheiros de uma mesma chapa, seria substituído por um dos três modelos de votação apresentados, todos contemplando proporcionalidade e possibilidade de oposição interna.

A principal mudança seria o modo de formação do Conselho Deliberativo. Hoje, o sistema vigente é o “chapão”, que elege todos os 200 conselheiros de uma mesma chapa, deixando a oposição interna reduzida aos poucos membros do órgão que têm cargo vitalício.

A proporcionalidade do Conselho sempre foi uma bandeira do grupo político liderado por Andrés Sanchez, mas esta é a segunda vez que a mudança é barrada com o apoio do ex-presidente. Em 2011, antes da eleição de Mario Gobbi, ele argumentou que o momento não favorecia a alteração e votou pela manutenção do estatuto.

Nesta segunda, Andrés usou o mesmo argumento. Na reunião, ele pediu a palavra e admitiu que a proporcionalidade foi um pedido dele mesmo há alguns anos, mas disse que o “momento não era o ideal”.

Como prometeu em entrevista ao UOL Esporte, o presidente do Conselho, Ademir de Carvalho, tentou fazer com que seus colegas votassem as sugestões de mudança item por item. A pressão da maioria presente na reunião, porém, fez com que a discussão fosse antecipada e os conselheiros só tivessem de decidir se gostariam de alterar, ou não, o estatuto.

Além de Andrés, defenderam a manutenção André Luiz de Oliveira, principal aliado do ex-presidente no Conselho e Alexandre Husni, presidente do Cori (Conselho de Orientação). O principal cabo eleitoral da mudança foi Mário Gobbi.

Em seu discurso, o atual presidente lembrou que a proporcionalidade era uma das brigas de sua chapa desde o início, e orientou seus pares a votaram a favor da alteração (ele não poderia fazê-lo por exercer o cargo de mandatário do clube). Além dele, Sergio Alvarenga, relator da comissão que sugeriu as mudanças e aliado da diretoria, também argumentou a favor de um novo estatuto, igualmente sem sucesso. 

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