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Deputado Marco Feliciano diz que irá à Bolívia analisar situação de corintianos presos

Torcedores estão presos na Bolívia acusados de participação na morte de jovem - EFE/STRINGER
Torcedores estão presos na Bolívia acusados de participação na morte de jovem Imagem: EFE/STRINGER

Do UOL, em São Paulo

29/03/2013 09h12

O polêmico deputado Marco Feliciano (PSC-SP), presidente da CDH (Comissão de Direitos Humanos e Minorias) da Câmara, afirmou que irá até a Bolívia para conversar e ver a situação dos torcedores corintianos presos em Oruro desde o dia 20 de fevereiro, em razão da morte do jovem Kevin Estrada, durante partida do Corinthians contra o San Jose, pela Copa Libertadores.

Em entrevista ao programa “Agora É Tarde”, da TV Band, Feliciano disse ao apresentado Danilo Gentili que deve ir para Oruro nos próximos dias. “Devo ir à Bolívia por esses dias por causa dos corintianos que estão presos lá. Um deles diz que tem problema nos rins e está correndo risco de morte”, afirmou.

Segundo ele, a maior preocupação diz respeito às condições da prisão boliviana. “A Bolívia é um país muito pobre, lá não é como aqui, então é preciso fazer alguma coisa”, completou.

Na última terça-feira, o senador Ricardo Ferraço (PMDB-ES) esteve com os 12 torcedores presos, e deixou o local com a opinião de que os brasileiros “estão em perigo”.  “Eles estão presos com estupradores, traficantes, assassinos. Manifestei uma preocupação formal, lembrando que o estado boliviano tem a custódia desses brasileiros”, declarou Ferraço ao UOL Esporte.

Segundo o senador, os corintianos reclamaram de maus tratos e constrangimento. Eles estão em um presídio com capacidade para 200 pessoas, mas que tem 1.500 detentos no momento, de acordo com Ferraço. “Acho que é uma situação muito mais diplomática, politica do que jurídica. O governo brasileiro precisa colocar isso na agenda. Precisamos de uma intervenção forte. Eles podem pelo menos exigir um presídio que garanta integridade física”, declarou.

Ferraço fará no próximo dia 4 de abril uma reunião entre o ministro da Justiça, José Eduardo Cardozo, e a Embaixada do Brasil em La Paz, para definir de que maneira o governo brasileiro pode atuar para melhorar as condições dos brasileiros presos em Oruro. O presidente do Corinthians, Mario Gobbi, também irá se encontrar com o ministro das Relações Exteriores, Antonio Patriota, ainda esta semana.

Segundo o clube, a ideia não é necessariamente pedir a liberação dos 12 presos. Trata-se, na verdade, de solicitar o envolvimento do Governo Federal para que seja garantido aos presos o direito de defesa. A postura só não foi a mesma desde a tragédia porque o Corinthians, em seu entender, tinha uma agenda a cumprir, preocupando-se primeiro com os reflexos esportivos do caso e depois com a situação dos torcedores presos.

O grupo de corintianos é acusado de participação no evento. No Brasil, a organizada Gaviões da Fiel apresentou à Justiça um jovem de 17 anos que se diz o verdadeiro culpado pelo crime. A Justiça da Bolívia, no entanto, não leva o depoimento e a confissão do jovem em consideração, e manteve os 12 brasileiros em prisão preventiva em Oruro.