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Interdição do Engenhão irrita Flu por prejuízo em negociação do Maracanã

Engenhão é interditado pela prefeitura do Rio de Janeiro por problemas estruturais - EFE/Marcelo Sayão
Engenhão é interditado pela prefeitura do Rio de Janeiro por problemas estruturais Imagem: EFE/Marcelo Sayão

Renan Rodrigues

Do UOL, no Rio de Janeiro

04/04/2013 06h03

A interdição do Engenhão pela Prefeitura do Rio de Janeiro trouxe prejuízos diretos ao futebol carioca e ao Botafogo. Porém, Flamengo e Fluminense também acabaram sendo atingidos de maneira indireta pelo fechamento da arena. Os dois clubes haviam acertado contrato para a utilização do estádio até o final da temporada, tendo um plano B para as negociações pelo Maracanã.

Os primeiros contatos com consórcios que disputarão a administração não agradaram ao time das Laranjeiras, que apostava na casa do Botafogo como opção para Brasileirão e Libertadores.

O edital do Maracanã deixa claro que o grupo vencedor precisará firmar acordo com dois clubes grandes do Rio de Janeiro. Vasco e Botafogo já têm estádio, deixando Flamengo e Fluminense em posição confortável nas negociações. Se a exigência não for cumprida em até 90 dias após a homologação do resultado, o governo pode fazer nova licitação ou convocar o segundo colocado da concorrência anterior. Porém, sem arena para atuar no Brasileirão, os dois clubes perdem poder de barganha nas tratativas.

Apesar de não declarar publicamente, a diretoria do Fluminense ficou irritada com a demora da Prefeitura na divulgação de quanto tempo o Engenhão permanecerá fechado. O clube não gostou das propostas apresentadas por IMX/Odebretch e OAS, por conta da limitação no uso de camarotes, restaurantes, estacionamentos e outas fontes de receita. Sem uma definição sobre quanto teria que pagar para atuar no estádio, a diretoria tricolor vinha batendo o pé em aceitar os termos propostos.

Um dos pontos que mais incomodaram internamente é o impacto da interdição no plano de sócio-futebol. No Engenhão, o Fluminense tinha acordo para que seus associados pudessem entrar sem problema nos jogos, com locais já determinados. O plano de fidelidade é visto como uma das principais formas de aumentar receitas previsíveis na equipe carioca. Atuando em outros estádios, a entrada dos sócios-futebol teria que ser autorizada e não criaria vínculo da torcida com a arena.

Final fora do Rio
Enquanto segue sem uma definição sobre o Engenhão e o Maracanã, o Fluminense fica próximo de assegurar São Januário como sua casa na Copa Libertadores. As negociações para que o time das Laranjeiras mande o confronto contra o Caracas na casa vascaína, no dia 18 deste mês, estão avançadas e devem ser fechadas até o final da semana. Porém, caso o tricolor avance até uma possível final, existe a possibilidade da partida ser disputada fora do Rio de Janeiro.

O regulamento da Conmebol (Condeferação Sul-Americana de Futebol) prevê que o estádio da decisão tenha uma capacidade mínima de 40 mil pessoas, bem acima do limite de São Januário. Caso o Engenhão ainda esteja interditado para reformas em sua cobertura, e o Fluminense não entre em acordo com o consórcio vencedor do Maracanã, a partida teria que acontecer fora do Rio de Janeiro, já que nenhum estádio do Estado comporta este público.