Campanha mineira contra homofobia tem adesão de corintianos e palmeirenses
Se no primeiro dia da união de torcedores de Atlético-MG e Cruzeiro numa campanha pelo facebook contra a homofobia, os grupos “Galo Queer” e “Cruzeiro anti-homofobia” enfrentaram forte resistência de torcedores, nesta sexta-feira a medida começou a ser melhor aceita. Tanto que recebeu apoio de dirigentes dos clubes mineiros e de parte das torcidas de Palmeiras e Corinthians, que aderiram ao movimento.
A criadora do movimento do Cruzeiro, que pediu para não se identificar, por temer a reação de outros torcedores, reconhece que já esperava a repercussão negativa. “Estamos cientes que existirão torcedores que apoiarão e torcedores que não apoiarão a iniciativa. Os mais conservadores tendem a ser até mais agressivos na forma de expressar a sua opinião contrária, ora porque são contra o movimento, ora por medo de a página ser motivo de piadas preconceituosas de rivais contra o nosso time”, disse.
Palmeirenses também aderiram ao movimento iniciado por torcedores de Atlético-MG e Cruzeiro
“O nosso objetivo é justamente esse, mostrar que a orientação sexual diferente não é mais motivo de ofensa ou xingamento. Atualmente, não cabe mais esse tipo de ‘brincadeira’, até porque existem muitos torcedores homossexuais que acompanham o time de coração tão fielmente quanto torcedores heterossexuais”, acrescentou a criadora da página celeste no facebook, que foi inspirada na iniciativa atleticana.
Se a repercussão foi negativa com torcedores de Atlético e Cruzeiro, as torcidas de Palmeiras e Corinthians apoiaram a ideia e também criaram páginas no facebook sobre o mesmo tema. “Movimento anti-homofobia e anti-sexismo, destinada à torcida mais fanática do Brasil. Mostrando a todos que o preconceito deve ser extinto também nos estádios de futebol”. Este é o texto de abertura da página “Corinthians Livre”. Com o mesmo argumento, os torcedores alviverdes criaram a página “Palmeiras Livre”
O movimento contra a homofobia ganhou apoio também dos dirigentes dos dois clubes mineiros, Cruzeiro e Atlético. O diretor de futebol alvinegro Eduardo Maluf se posicionou favoravelmente. “Não sabia, pois não tenho facebook, mas sou totalmente a favor de qualquer manifestação. Se juntaram as duas torcidas rivais, sou ainda mais a favor”, disse o dirigente ao UOL Esporte.
Não sabia, pois não tenho facebook, mas sou totalmente a favor de qualquer manifestação. Se juntaram as duas torcidas rivais, sou ainda mais a favor
A diretoria celeste informou, por meio de sua assessoria de comunicação, concordar com esse tipo de atitude e com as ações dos torcedores, mas ressalvou que não está envolvido na criação do grupo. Já o atacante Anselmo Ramon evitou comentar. “Não sou contra isso, acho que todo mundo tem direito de ser o que quer. Não fico me envolvendo nisso, mas respeito todo mundo”, comentou.
Inspiração na torcida rival
A idealizadora do movimento pelo lado cruzeirense reconheceu que se inspirou na página do maior rival, o “Galo Queer”, cuja página foi criada na última terça-feira. O nome escolhido, “Galo Queer”, faz referência ao termo inglês que significa algo estranho, fora do comum ou padrões, mas é utilizado erroneamente pelos nativos do país para se referir a homossexuais.
A torcedora celeste defende a necessidade desses posicionamentos. “Frente à realidade do Brasil hoje, com as declarações polêmicas de pastores famosos como o Marco Feliciano e o Silas Malafaia e tendo em vista o preconceito que existe no futebol, mostrou-se necessária a criação de um canal que lute contra isso também nesse âmbito que é o esporte”, justificou.
“A Manifestação e indignação das pessoas são e sempre foi muito importante para acabar com a intolerância e o preconceito. E não podemos mais tolerar a falta de respeito e tudo que incite à violência no futebol”, acrescentou a torcedora cruzeirense.
Atleticanos e cruzeirenses 'esquecem' rivalidade e lutam contra homofobia
orcedores de Atlético-MG e Cruzeiro se ?uniram? em prol de uma causa audaciosa: lutar contra atitudes homofóbicas, presentes constantemente no meio futebolístico. Por meio das páginas ?Galo Queer? e ?Cruzeiro/Anti-homofobia? no Facebook, fãs das duas maiores equipes de Minas querem promover o debate sobre o assunto e também criar ações críticas contra o preconceito. A ideia surgiu do lado atleticano, com a criação da página na última terça-feira. O nome escolhido, ?Galo Queer?, faz referência ao termo inglês que significa algo estranho, fora do comum ou padrões. Mas é utilizado erroneamente pelos nativos do país para se referir a homossexuais. Na quinta-feira, inspirados na ideia atleticana, cruzeirenses também criaram uma página semelhante, chamada ?Cruzeiro/Anti-homofobia?. Os criadores, por meio da apresentação das duas páginas, disseram torcer pelas duas equipes, mas não revelaram a identidade.
Ela, porém, afasta a possibilidade de o grupo se estender para o campo e virar torcida. “Não, de maneira alguma. O nosso objetivo não é criar uma nova torcida, mas fazer com que haja respeito entre as torcidas, principalmente em relação à orientação sexual dos torcedores”, destacou.
A torcedora celeste aprova a participação de outras torcidas. “É importante que, além de cruzeirenses e atleticanos, cada torcida crie essa iniciativa para que possamos mudar essa realidade brasileira, especialmente nos estádios, afinal, acima de tudo, somos todos iguais, somos seres humanos”, complementou.
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